8ª edição da Jornada Contra a Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes debate sobre temas como a responsabilidade dos pais e escolas.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A cidade de Serafina Corrêa, na região Centro do Estado, foi palco na noite dessa segunda-feira, dia 24 de maio, da primeira audiência pública da 8ª edição da Jornada Contra a Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
A atividade foi promovida pela Assembléia Legislativa, Ministério Público do Rio Grande do Sul e Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, e aconteceu no Cine Teatro Carlos Gomes, mobilizando a comunidade serafinense.
O coordenador da Jornada e presidente da Comissão de Serviços Públicos da ALRS, deputado Fabiano Pereira (PT), fez a abertura dos trabalhos com uma advertência: “Não podemos admitir que no Rio Grande do Sul, a cada dia, seis casos de crianças sendo vítima de violência sejam registrados. Temos que romper com a autorização social. A sociedade tem que denunciar e se envolver no combate a este crime”.
Na continuidade, Ivete Soccol, secretária municipal de Educação, lembrou que os professores são agentes fundamentais na percepção de casos de abuso sexual de crianças e adolescentes. Flávio Breda, vice-prefeito, enfatizou que “a sociedade tem que mostrar suas feridas e fazer o diálogo que possa gerar pressão para formular políticas públicas”.
Exibicionismo na Internet
O representante da Associação do Ministério Público do Estado, Gilberto Montanari, trouxe para o debate dados estatísticos da ONG SaferNet relativos às práticas dos jovens na rede de computadores.
A pesquisa aponta que a Central Nacional de Crimes Cibernéticos recebeu 19.397 denúncias de violações de direitos humanos na Internet. “A pesquisa revelou também que 16,5% dos jovens brasileiros já publicaram fotos suas, nus ou seminus e em poses sensuais usando celulares ou câmeras. O fenômeno é conhecido como sexting, surgiu nos Estados Unidos, e é febre no Brasil hoje”, afirmou.
Ele chamou atenção para o dado de que 82,5% dos jovens pesquisados não sabem como denunciar crimes sofridos através da internet.
Vinicius Vicari, jovem do Leo Clube de Serafina Corrêa, lembrou que a carga de melancolia e tristeza do jovem abusado é muito grande. “Este tema deve ser mais discutido, pois fere a dignidade dos jovens e crianças”. Maria Cristina Magon, outra jovem que participou do debate, cobrou um maior diálogo com os pais.
A atividade ainda proporcionou debate entre o público presente em torno de temas como responsabilidade dos pais, dos professores e da sociedade no esclarecimento das crianças e jovens. A professora Roseli Luzzi, do Comdica, lembrou que em três anos foram registrados pelo Conselho Tutelar de Serafina Corrêa 03 mil atendimentos.
Desde sua primeira edição, em 2003, a Jornada realizou mais de 70 audiências públicas em 50 municípios do Rio Grande do Sul. Estão previstas mais sete audiências públicas para a edição deste ano, nas cidades de São Sepé, Guaíba, Palmeira das Missões, Dom Pedrito, Horizontina, São Borja e Viamão.
Mesa
Participaram da mesa coordenadora dos debates o deputado Fabiano Pereira (PT); a procuradora de justiça Maria Ignes Franco Santos, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude; Marisa Alberton, representando o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente; Flávio José Breda, vice-prefeito da cidade; Gilberto Montanari, da Associação do Ministério Público do Estado; Erni Zatti, representando a Câmara Municipal de Vereadores; e o tenente Paulo de Medeiros Pinheiro, representando a Brigada Militar.
Para pedir socorro e denunciar
100 – Disque-denúncia nacional
181 – Disque-denúncia da Polícia Civil
0800 541 64 00 – Disque-denúncia DECA/Urgente
Denuncie ainda ao Conselho Tutelar da sua cidade, o Ministério Público e o Juizado da Infância e da Juventude.
Informações do portal do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.
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