Partidos da base aliada confrontam interesses por instituições como as empresas estatais, que devem receber R$ 107 bilhões em investimentos em 2011.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Depois de quase dois meses de intensas negociações com os partidos aliados para a formação do ministério, o governo Dilma Rousseff enfrenta agora uma disputa interna pelos cargos do segundo escalão.
São secretarias-executivas e secretarias dos ministérios, empresas estatais, instituições públicas financeiras, fundações, institutos, empresas e departamentos. Somente as empresas estatais são 125, segundo dados do Ministério do Planejamento – e há estatais que possuem mais cargos e recursos que muitos ministérios.
Em 2011, o orçamento da União prevê R$ 171 bilhões em investimentos. Desse valor, R$ 107 bilhões serão executados por empresas estatais. A maior parte dos recursos corresponde à Petrobras, com cerca de R$ 91 bilhões em investimentos previstos.
O PMDB, contemplado com cinco ministérios – Agricultura, Minas e Energia, Previdência, Turismo e Assuntos Estratégicos – julga-se desprestigiado. É o partido da base aliada que mais cobra compensações no segundo escalão.
Pressão do PMDB
No governo Dilma Rousseff, o PMDB perdeu o comando dos ministérios de Comunicações, Saúde e Integração Nacional. O ministério da Defesa, comandado por Nelson Jobim, é considerado pelo partido como cota da presidente Dilma.
Além de perder pastas importantes no governo Dilma, o PMDB perdeu a direção dos Correios – com investimento previsto de R$ 500 milhões em 2011 – e postos importantes no Ministério da Saúde, como a Fundação Nacional da Saúde – Funasa e a Secretaria de Atenção à Saúde.
Dentre os principais alvos do PMDB e de partidos da base aliada estão empresas do grupo Eletrobras, com investimentos estimados em R$ 8 bilhões em 2001, e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – Infraero, que terá R$ 2,2 bilhões para investimentos. No caso da Infraero, a presidente Dilma deseja manter o órgão fora da partilha política e nomear um executivo para administrá-la.
Empregos
Além dos recursos previstos para investimento, os partidos da base aliada também têm interesse em órgãos do segundo escalão com muitos cargos de livre nomeação e com presença nos estados. É uma forma de abrigar aliados políticos e estender a influência dos partidos. O orçamento de 2011 prevê quase R$ 200 bilhões com gasto de pessoal.
O governo federal possui cerca de 22 mil cargos comissionados. Muitos desses cargos são indicados por ministros, mas também por diretores de estatais e fundações, institutos, departamentos e companhias do governo federal.
Informações de portal G1
FOTO: reprodução / comunidadefm