Antônia Lúcia (PSC-AC) se disse “ofendida” com declarações do colega. Assessoria disse que ele se manifestou como pastor, não como deputado.
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A atual vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputada Antônia Lúcia (PSC-AC), afirmou nesta segunda-feira, dia 1º, que pretende renunciar ao cargo em razão de declarações feitas na última sexta-feira, dia 29, pelo colega de partido e presidente da comissão Marco Feliciano (PSC-SP).
Durante um culto evangélico no município de Passos (MG), Feliciano disse que o espaço que ele ocupa na comissão “até ontem era dominado por Satanás”.
“Me senti extremamente ofendida. Não tenho como continuar no cargo de vice. Isso é ofensa demais, é desacato. Assim que eu comprovar a autenticidade do vídeo divulgado no YouTube, não fico mais [no posto de vice]”, enfatizou Antônia Lúcia.
“Como pastor, e não como deputado”
A assessoria de Feliciano confirmou que o vídeo publicado no YouTube de fato retrata a fala do deputado durante o culto de sexta-feira. Ainda segundo a assessoria, Feliciano se manifestou como pastor, não como deputado.
Feliciano foi à cidade mineira participar de um evento organizado pela igreja Assembleia de Deus. Em meio ao culto, realizado em um ginásio, cerca de 50 pessoas usando cartazes e camisetas protestaram do lado de fora contra a permanência do deputado à frente da comissão da Câmara.
“Essa manifestação toda se dá porque pela primeira vez na história deste Brasil um pastor cheio de espírito santo conquistou espaço que até ontem era dominado por Satanás”, afirmou o deputado na ocasião.
Antônia Lúcia já integrava a Comissão de Direitos Humanos antes da entrada de Feliciano na comissão, no mês passado. Diante dos protestos contra a indicação do deputado para a presidência, a deputada do PSC chegou a ser cogitada como alternativa para a vaga. Porém, a liderança do PSC decidiu bancar a indicação de Feliciano.
Ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos, a deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) também criticou os comentários feitos por Feliciano. Para a parlamentar, que comandou a comissão em 2011, a declaração demonstra que Feliciano não tem “equilíbrio” para ocupar o posto de presidente. “O presidente de uma comissão tem de ter condições de mediar conflitos e dialogar com todos os setores da sociedade”, avaliou Manuela.
Informações de Portal G1
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