Se tornou um artista famoso em todo mundo, que conseguiu modernizar flamenco tradicional combinando estilo com jazz e outros gêneros musicais variados, incluindo a bossa nova.
Da Redação ([email protected]) (Siga no Twitter)
Aos 66 anos, o violonista espanhol Paco de Lucía morreu no México, conforme anúncio feito nesta quarta-feira, dia 26, pela prefeitura de Algeciras, sua cidade natal, na região sul da Espanha. Paco, um dos grandes mestres do violão flamenco, foi vítima de um infarto, conforme o anúncio emitido pelo Prefeito José Ignacio Landaluce, que não especificou o local exato do óbito.
Francisco Sánchez Gómez, mais conhecido como Paco de Lucía, nasceu em 21 de dezembro de 1947 em Algeciras, cidade andaluza da província de Cádiz. Durante a carreira se tornou um artista famoso em todo o mundo, que conseguiu modernizar o flamenco tradicional combinando o estilo com o jazz e outros gêneros musicais variados, incluindo a bossa nova.
Em 2004, o músico, que começou a carreira aos 12 anos e divulgou o flamenco em todo o planeta, recebeu o Prêmio Príncipe das Astúrias das Artes. “A partir do violão flamenco, aprofundou também o repertório clássico espanhol – de Albéniz a Falla -, na emoção da bossa nova e no sentimento do jazz”, considerou o júri. “Tudo que pode ser expressado com as seis cordas do violão está em suas mãos, que se animam com a emocionante profundidade da sensibilidade e a limpeza da máxima honradez interpretativa”, completou o júri.
Apesar da fama mundial, Paco de Lucía sempre foi discreto. Ele preferia a expressão nos palcos e nas gravações musicais, ao invés da imprensa. Ele também morou e trabalhou no México, em Toledo e em Madri. O violonista gostava de lembrar que devia a carreira ao pai, um cantor de flamenco desconhecido. “Os ciganos são melhores porque escutam a música desde que nascem. Se não tivesse nascido na casa de meu pai, eu não seria ninguém hoje”. “Não acredito no gênio espontâneo. Meu pai me obrigou a tocar violão desde que era criança”, afirmou no livro “Paco de Lucía. Una nueva tradición para la guitarra flamenca”.
A lenda dizia que seu pai o amarrava ao pé da cama em sua casa de Algeciras para impedir que o menino saísse e forçar a prática. “Não era assim, era mais psicológico. Ele perguntava ‘durante quanto tempo você praticou?’. Eu respondia ’10 ou 12 horas’ e via sua cara de felicidade”, afirmou De Lucía.
Informações de cp
FOTO: reprodução / dondeir.com