Chegaram ao Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, nesta segunda-feira (30/8), os primeiros animais que participarão da 44ª Expointer. Eles são os ovinos levados pelos criadores Paulo Roberto Moraes Arocha, da Cabanha Infantada, de Santiago, com três animais das raças Merino e Ile de France; Cleber Martins, da Cabanha Oliveira, de Uruguaiana, com três exemplares da raça Texel; e Roque Vinícius Moraes, da Cabanha Don Dindo, de Santo Antônio das Missões, com dois Poll Dorset.
A feira ocorrerá de 4 a 12 de setembro e contará com 4.057 animais, sendo 2.825 de argola e 1.232 rústicos. A recepção dos animais de argola ocorre até sábado, das 8h às 22h. Os animais que participam de provas podem ingressar no parque durante toda a feira, dentro desse mesmo horário. Os expositores também precisam passar por triagem de equipes de saúde e apresentar teste negativo para Covid antes da entrada no parque.
Para a secretária da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Silvana Covatti, o momento da chegada dos animais é muito simbólico. “A partir de hoje, o parque passa ser a casa, por alguns dias, do que há de melhor na nossa pecuária, que tem um nível de excelência no Estado. Além de festejarmos a nova condição sanitária de área livre de febre aftosa sem vacinação, vamos comemorar nesta Expointer a safra recorde de soja do último verão e as boas projeções para as plantações de inverno”, destacou Silvana.
Os expositores buscam boas perspectivas de comercialização, com negócios sendo fechados durante a feira e ao longo de todo o ano. “Não tenho expectativa de levar títulos, mas venho aqui para poder vender os meus carneiros. A feira é a vitrine do Rio Grande do Sul”, comentou Arocha que, pelo sexto ano, chega primeiro à Expointer. No ano passado, ele decidiu não participar por causa da pandemia. “Perdi gente na minha família, estava tudo complicado, tinha que ficar em casa. Mas agora é preciso enfrentar a Covid, nós vivemos disso, trabalhamos para isso e temos que retomar a vida”, comentou Arocha.
O cabanheiro Magaiver da Rosa, da Estância do Sossego, de Uruguaiana, de propriedade de Ana Maria Moura, trouxe seis bovinos da raça Braford para participarem de julgamentos. “Temos que ter o máximo possível de positividade. Passamos o ano treinando, nos preparando para chegar nesse momento. A cabanha já ganhou vários prêmios”, afirmou.
Conforme o fiscal estadual agropecuário da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e coordenador da recepção dos animais na Expointer, Aurélio Vieira, cada espécie que participa da feira tem uma documentação específica.
“No caso dos bovinos, precisa de documentos referentes a brucelose, tuberculose e qualquer outra doença infectocontagiosa. É necessário apresentar um atestado emitido por médico veterinário particular, apresentado no momento da emissão do Guia de Trânsito Animal (GTA). No caso dos equinos, é vacina contra influenza, atestado negativo de mormo e anemia infecciosa. Os ovinos machos e fêmeas têm que ter atestado de sarna e piolheira, e os machos, atestado negativo contra brucelose ovina”, explicou.
Segundo Vieira, com o novo status de zona livre de aftosa sem vacinação, conquistado recentemente pelo Rio Grande do Sul, a novidade desse ano é que vão participar da feira animais vindos de Santa Catarina. “A documentação exigida é a mesma, só que tem uma legislação estadual catarinense que diz que os animais que vêm para eventos aqui já estão testados para brucelose e tuberculose. Importante salientar que bovinos vacinados em outros Estados não podem entrar no Rio Grande do Sul”, alertou Vieira. O fiscal agropecuário informa que quatro equipes do serviço oficial estão trabalhando, em sistema de plantões. Este cronograma segue até o dia 12, quando ocorre a saída dos animais.
O subsecretário do Parque Assis Brasil, Gabriel Fogaça, afirmou que o número de animais inscritos surpreendeu positivamente. “É um número bem significativo, tanto de animais de argola, quanto de rústicos. Agora começam a chegar os principais atores da festa. Eles são as grandes atrações. A Expointer surgiu em função deles, da exposição de animais. O que tem de melhor no Rio Grande do Sul em termos de genética, por exemplo, está aqui dentro”, comentou.
Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini