Argentino vencedor do Oscar, Juan José Campanella, debuta como diretor de animação. Mordomo Crô, da novela “Fina Estampa” (2011-2012), é protagonista da nova comédia brasileira.
Victor Hugo Furtado [email protected] (Siga no Twitter)
Ainda não podendo ser caracterizado como “tendência”, Crô – O Filme, repete a fórmula de Giovanni Improtta, da novela “Senhora do Destino” (2004-2005).
Em comum, o mesmo criador: o novelista Agnaldo Silva, que aqui também assina o roteiro. Marcelo Serrado (Malu de Bicicleta) novamente interpreta Crô, que, agora rico, procura formas de passar o tempo.
Na direção, Bruno Barreto (Flores Raras) transita entre o humor pastelão e o suspense, gerando cenas de perseguição e situações muito improváveis.
Após o filme ganhar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 2010, o diretor argentino Juan José Campanella encontrou no seu projeto seguinte, a animação Um Time Show de Bola (2013), a chance de aprofundar mais esse tema, apesar dele mesmo não compartilhar a fixação pelo futebol.
Porém, mesmo sendo apenas um “torcedor de Copa do Mundo”, como diz, ele se entrega tanto à temática abordada que, na primeira cena, apresenta uma clara referência visual e sonora a 2001 -Uma Odisseia no Espaço (1968), de Stanley Kubrick, colocando a bola como um instrumento do desenvolvimento do ser humano, desde seus primórdios.
A partir daí, a animação traz a história de Amadeo, um menino que encontra seu talento e uma centelha de alegria em uma mesa de pebolim, ou totó, entre outros nomes dados ao jogo nas diversas regiões do Brasil.
O garoto cresce e tenta lidar com as dificuldades do amadurecimento até que Grosso, um famoso jogador de futebol que fora derrotado no pebolim pelo protagonista durante a infância, volta querendo se vingar dele e do vilarejo, demolindo tudo à sua volta.
A coprodução da Argentina e da Espanha, além de criticar os ídolos do futebol, também censura o marketing voraz e as negociações escusas de empresários que cercam este esporte.
Crô – O Filme
Após herdar a fortuna de Tereza Cristina, Crodoalvo Valério, mais conhecido como “Crô”, está cansado da vida de milionário. Decidido a encontrar uma nova musa a quem possa dedicar sua vida, ele inicia uma busca pessoal que faz com que entreviste diversas peruas.
Seu objetivo é encontrar aquela que seja melhor qualificada para que ele próprio possa servir como mordomo, assim como fez com sua antiga patroa. Entretanto, após muito avaliar, acaba percebendo que sua musa ideal é justamente aquela que jamais havia imaginado.
Um Time Show de Bola
Desde garoto Amadeo é aficcionado por totó, tendo construído seus próprios jogadores e com eles ensaiado as mais diversas jogadas. Um dia ele é desafiado por Ezequiel, um arrogante garoto que vive se gabando por ser um exímio jogador de futebol de verdade.
Mas a partida épica de totó entre os dois não foi vencida por ele. Anos mais tarde, ele retorna rico e com seu dinheiro quer transformar a cidade natal em uma espécie de parque temático.
Agora, para salvar a cidade, Amadeo terá que aceitar o desafio proposto pelo vilão: enfrentá-lo numa partida de futebol de verdade. É quando algo mágico acontece e os bonecos da mesa de jogo ganham vida para ajudar o seu companheiro de grandes jogadas.
– Está em cartaz
Cinesystem Bourbon – São Leopoldo
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FOTO: divulgação