Minha intenção com o “Rotas Alteradas” pode ser pretensiosa. Traçar em pequenas linhas histórias tão amplas da história da música contemporânea, com seus enormes tentáculos, variados estilos e nomes tão importantes, não é tarefa fácil. Mas temos que ir passo a passo, cuidando para não pisar nos “chicletes com bananas” espalhados pelo chão. Ainda mais em época de carnaval…Deixa pra lá!
Vamos começar a falar um pouco desta vertente doidona da música que nasceu ainda nos anos 60: O Rock Progressivo.
Dá para dizer sem sombra de dúvida que um dos embriões do que foi posteriormente chamado Rock Progressivo no final dos anos 60 estava nas mãos desses dois músicos: Keith Emerson e Greg Lake. Claro que não estava tudo exclusivamente nas mãos deles, e que tem muito pano pra manga aí…
Emerson e Lake, além de formarem juntos o “Emerson, Lake & Palmer”, que foi um marco na história do rock, estavam também envolvidos com outros projetos que foram marcos desta veia do rock: “King Crimson” e “The Nice”.
A fórmula parece simples: tomar vertentes da música folk e dar uma roupagem cuidadosa, com instrumentação estudada, inspirada na música clássica e no jazz, para soar pouco convencional, ainda mais se comparar com o estilo flower power vigente daquela época, de canções curtas e fortes que tomavam conta do cenário do pop/rock do summer of love.
Claro que nunca foi dispensada a energia vigorosa do rock, onde baterias, baixos e guitarras são elementos de base. Mas entraram aí novas formações, com órgãos elétricos, flautas e muitas vezes auxílio sinfônico.
Emerson e Lake tinham formação clássica. Emerson era louvado por suas performances ao vivo nos teclados, enquanto Lake deixou gravações vocais que fazem a história do Rock até hoje, com seu timbre de voz relativamente grave para o jovem que era, porém muito melódico.
Só pra começo de conversa, três trabalhos essenciais da discografia do Rock Progressivo: “Tarkus” do ELP, “In the Court of Crimson King” do King Crimson (a capa aí em cima) e “Five Bridges” do The Nice.
Liga o som e se prepara para embarcar numa viagem arrebatadora!
The Dutch Progressive Rock Page: http://www.dprp.net/index.php
Prog Archives – Uma bela fonte sobre o Rock Progressivo: http://www.progarchives.com
Pick of the week – “Crazy” – Gnarls Barkley
O Single mais vendido do ano de 2006 na Inglaterra vem dos EUA. Gnarls Barkley é um projeto resultante da colaboração do DJ Danger Mouse, que comanda as pick-ups e o rapper Cee-Lo Green, que na realidade não é um rapper ao pé da letra, mas um cantor de soul dos melhores que tenho ouvido ultimamente. O resultado desta colaboração é um liquidificador que mistura no mesmo suco o R&B, gospel, rock, electro e (graças a deus) bem pouquinho rap.
“Crazy” às vezes lembra daquela levada suingada de “Aquarius”, com bons backing vocals (provavelmente sampleados) e um incrível vocal que eu não sabia se era uma mulher nas primeiras vezes que ouvi…
Legal é ver os diversos vídeos que tem da música no youtube, em que a “banda” aparece tocando ao vivo: uma super banda soul/gospel dos anos 70 com todo o poder de uns 15 músicos no palco com direito a backing vocals, um naipe de cordas, a cozinha ao vivo e aquele “afro-descendente de grande estatura” matando a pau nos vocais!!! Só loucura!
Já no disco, não espere algo genuinamente soul… É genuinamente “fusion”.
Clipe de “Crazy” no YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=86C4RNuAj6A
Um show do Gnarls Barkley no “Top of the Pops”: http://www.youtube.com/watch?v=wcOabajz8I8
Cee-Lo Green no Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Cee-Lo_Green