A atividade, que ocorre desde o dia 23 de janeiro, marcou os 10 anos da luta do Fórum Social Mundial (FSM) por um “Outro Mundo Possível” e reuniu 3 mil acampados de 20 países diferentes e de todos os estados brasileiros.
A sexta-feira e o sábado, 29 e 30 de janeiro, marcam a despedida do Acampamento Intercontinental da Juventude (AIJ) da Sociedade Gaúcha de Lomba Grande, bairro rural de Novo Hamburgo. A atividade, que ocorre desde o dia 23 de janeiro, marcou os 10 anos da luta do Fórum Social Mundial (FSM) por um “Outro Mundo Possível” e reuniu 3 mil acampados de 20 países diferentes e de todos os estados brasileiros. No entanto, a movimentação durante os sete dias de evento trouxe mais de 10 mil pessoas para Novo Hamburgo, todas com o intuito de discutir soluções sobre questões políticas, de Meio Ambiente, movimentos de gêneros, igualdade, religião, saúde, educação, segurança, cultura e economia solidária.
Conforme o prefeito Tarcísio Zimmermann, foi uma grande honra para o Município receber uma atividade tão importante e reconhecida mundialmente. “Tivemos a presença de pessoas de mais de 20 países que conheceram nossa cidade e tiveram contato com o nosso povo. Estas pessoas também reconhecem que houve um grande esforço para recebê-las bem e lhes oferecer as melhores condições para a participação nas centenas de atividades. Além disso, também tivemos a visita de dezenas de lideranças políticas, o que engrandece a cidade e o evento.” Para Tarcísio, todas as discussões e temas abordados no AIJ enriqueceram o povo e poderão ajudar o governo e a comunidade. Ele cita uma frase dita por um dos participantes do evento, um jovem do Rio de Janeiro, que se mostrou emocionado em uma roda de discussões. “Como disse o jovem: ‘Esta é uma experiência formidável e eu vou olhar o mundo de uma forma muito diferente do que olhei até agora’. Certamente isso aconteceu com milhares de jovens que saem capazes de serem líderes positivos no futuro” relatou o prefeito.
A assessora de Relações Institucionais da Prefeitura de Novo Hamburgo, Lorisete Dias, que participou do Comitê Organizador, e acampou em Lomba Grande, também ficou feliz com o resultado, principalmente porque o evento contou com a organização de um grupo de pessoas de várias vertentes ideológicas. “Tivemos um bom evento por todo o contexto que envolveu a programação desde o início”, citou. Para ela, a principal consequência da atividade, que teve em Novo Hamburgo a sua segunda cidade sede no País (antes só havia ocorrido na capital Porto Alegre e outros países), foi o desenvolvimento, tanto dos participantes quanto dos visitantes, de uma nova percepção. “Com a troca de experiências, várias pessoas relatam o quê eles poderão levar para a melhoria de suas comunidades e realidades”, aponta Lorisete.
Volta para casa
Aos poucos os jovens vão deixando Lomba Grande. Na sexta-feira, dia 29, um grupo de Brasília já levantava acampamento. No entanto, a maioria dos participantes deve sair somente neste sábado, dia 30, pois muitos aproveitarão a última noite cultural e musical. A estudante do Distrito Federal, Elis Tanajura, 19 anos, se mostrou satisfeita com o resultado do evento em seu desenvolvimento pessoal. “Eu já acompanhava a história do Fórum por um amigo meu que sempre ia, e desta vez eu quis vir para conhecer, ver como é, e trocar idéias com pessoas diferentes, e eu volto pra casa satisfeita e com novos amigos e pensamentos”, relatou. Junto com ela estavam ainda os também estudantes, Mariana Fagundes, 18, e Thiago Vilela, 19. Todos com suas mochilas nas costas e prontos para o embarque no ônibus, que trazia em seu letreiro a descrição em inglês “New World” (Novo Mundo, na tradução). “Gostei muito dessa edição, pois o lugar aqui é muito legal e conseguiu unir gente de todos os lugares para conviver junto. Todo mundo que sai daqui, sai diferente, com outros pensamentos”, ressaltou Vilela antes de partir.
Comunidade mostrou receptividade ao evento
Apesar da união de diferente estilos e pensamentos, a comunidade hamburguense, principalmente de Lomba Grande, mostrou receptividade ao evento. “A localidade percebeu esse evento. Ele atingiu Lomba Grande, muitas pessoas passam por aqui e já perguntam se no ano que vem vai ter de novo”, destaca Lorisete. O patrão da Sociedade Gaúcha de Lomba Grande, Luís Reis, foi um dos exemplos da integração da comunidade, mas acima de tudo da mistura do regionalismo do Rio Grande do Sul com a cultura jovem e idealista que esteve acampada nos 14 hectares da localidade. Ele esteve presente quase diariamente e transitou pelos espaços vestido com a tradicional indumentária gaúcha.