Devido à chamada importância estratégica da operação, governo apóia posição do BNDES de financiar a fusão das empresas.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O Grupo Pão de Açúcar defendeu na quarta-feira, dia 29, sua proposta de fusão com o francês Carrefour, financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social – BNDES.
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Em declarações à imprensa, o empresário Abílio Diniz (foto), presidente do conselho de administração do grupo, assinalou que o grupo francês Casino “deve analisar a proposta que recebeu com atenção, com cuidado e sem emoção. Então, vai gostar dela”. Abílio estava em Brasília para participar de uma das reuniões do Comitê de Gestão e Competitividade, criado pela Presidência da República no início de 2011, e que conta com a participação de diversos empresários brasileiros, como Diniz e Jorge Gerdau.
Também em Brasília, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, reiterou o interesse do governo em financiar a fusão e culpou os bancos privados pela participação do BNDES na operação com o Carrefour.”Tudo seria resolvido se o setor financeiro privado do Brasil fizesse o papel dele, que é financiar o capital brasileiro”, reclamou. “Como ele não faz isso, o BNDES tem de atuar.”
Durante a reunião na Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados, Pimentel recebeu críticas da oposição ao governo, devido à participação do banco de desenvolvimento no setor do varejo. Mesmo assim, o ministro defendeu a posição do BNDES.
“Se a operação vier a ser realizada, ela tem importância estratégica”, disse. “É a associação de um grande grupo nacional com um ou dois grupos estrangeiros, que abriria uma porta importantíssima para a colocação de produtos brasileiros industrializados no mundo inteiro.” Segundo o ministro, esse seria o “grande interesse” do governo na operação. No entanto, na proposta de fusão, a internacionalização dos produtos brasileiros não é mencionada como parte do acordo.
Pimentel também afirma que a fusão não representa riscos à concorrência. Ele citou dados das empresas pelos quais a concentração de mercado sob o poder da nova empresa é entre 25% e 30%. “É muito pouco, não acho que haja grande risco à concorrência”, disse.
Informações de Veja
FOTO: reprodução / vocesa