Com o barateamento dos celulares a maioria das pessoas passou a adquirir o aparelho para si mesmo e também presentear toda a família. Afinal, nos dias de hoje, não estar “ligado” é sinônimo de retrocesso. E o avanço das tecnologias móveis foi extremamente rápido.
Lembro até hoje da moda do Nokia 5125, era um tijolinho de tão pesado, mas todo mundo tinha. A bateria começava a escorregar com o passar do tempo e a solução era colocar um pedaço de papel para segurá-la. As meninas mais descoladas até enfeitavam com brilhos e estrelinhas a frente do visor. As suas funcionalidades não passavam de receber e fazer ligações, mandar mensagem e servir de relógio e despertador. Quanto saudosismo.
A geração ZY deve se perguntar “mas nem rádio tinha?” não, nem rádio tinha. Hoje o aparelho vem com funcionalidades infinitas, a única coisa que não funciona às vezes são as ligações, de resto ele só falta passar café.
O que dizer então de modelos como iPhone, Blackberry e Smartphone? Além de possuir aplicativos que passam por jogos, previsão do tempo e medição da cerveja para quantidade x de convidados, estão 24h conectados a Internet e com os ícones dos sites de redes sociais já inclusos no menu. Quanta mudança!
Mas até aí toda esta história da evolução me agrada muito, afinal não vivo sem telefone e Internet (e muitos se enquadram neste grupo!). O grande problema da inclusão digital e do avanço tecnológico é a falta de moderação do seu uso por parte das pessoas. Não estou falando da perda do contato físico entre os indivíduos, dos relacionamentos on-line, etc. Estou falando do irritante e altíssimo som que sai daqueles pequenos orifícios do aparelho.
Quem anda de transporte coletivo conhece bem esta realidade. E os que fazem suas caminhadas pelas ruas do bairro também. Não é difícil encontrar alguém segurando o celular na mão e escutando a sua play list sem fone de ouvido e a todo volume, esquecendo-se do bom senso e da convivência em grupo.
Por mais que uma música possa ser relaxante e inspiradora, ela também causa sensações inexplicáveis no humor. E o estado de espírito da pessoa pode se voltar para o lado ruim quando a melodia e/ou a letra não agradam os ouvidos alheios.
Certamente um tradicionalista vai se irritar ao escutar um funk às 7h da manhã. Ou um pagodeiro vai ficar extremamente incomodado com um metaleiro de plantão, que está parado ao seu lado estourando as caixinhas de som do celular. Quando o barulho está atrapalhando muito, vale a pena conversar com a pessoa e pedir gentilmente para diminuir o volume. Se não funcionar, ao menos você tentou fazer algumas audições felizes.
Estilos a parte, o que importa em todos os casos é respeitar os decibéis permitidos e as pessoas presentes no ambiente. No mais, é só salvar suas músicas no aparelho celular ou conectar na sua rádio preferida e descontrair. Com fones de ouvido, por favor.