Arcebispo de São Paulo e secretário-geral da CNBB, Dom Odilo Scherer, diz que consulta popular sobre o tema é absurda
A idéia de discutir mudanças na legislação sobre a possibilidade de realização de aborto no Brasil é um absurdo, na visão do arcebispo de São Paulo e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Odilo Scherer.
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Ele argumenta que a Constituição brasileira não prevê a prática de aborto e que o direito de viver é intocável e não pode ser submetido a consulta.
“Eu sou uma pessoa que vive. Eu tenho um direito à vida que eu não aceito que ninguém toque. Nenhum de nós gostaria de pôr em plebiscito o direito de viver, que é um direito inalienável, intocável. Os bebês não-nascidos são seres humanos e têm esse mesmo direito”, afirma Dom Scherer.
Comentando a aprovação recente em Portugal da possibilidade de realização de aborto no país, o arcebispo disse que o Brasil não precisa imitar tudo o que os países fazem. “As pessoas não-nascidas são seres humanos e a sociedade deve zelar como um todo pelo direito intocável à vida dessas pessoas, desses seres humanos, tanto mais que são inocentes e indefesos”, diz.
Historicamente, a Igreja Católica tem se posicionado contra a prática do aborto, com base no princípio de que a vida humana começa no momento da concepção. Em diversas ocasiões a CNBB se manifestou pela inviolabilidade do direito à vida que atinge a todo ser humano.