Murtirão dá aula de cidadania ao unir voluntários na limpeza de um dos principais afluentes do Rio dos Sinos
Enquanto autoridades governamentais muitas vezes se eximem de suas responsabilidades, a sociedade civil se organiza. Diversos são os exemplos que tornam esta máxima ainda mais verdadeira. Um deles está aqui em Novo Hamburgo.
Com um ano de atividades, completado no dia 8 de março, o projeto SOS Rio dos Sinos vem trabalhando diretamente na limpeza de afluentes do rio, visando contribuir para amenizar a poluição local e a conseqüente crise ambiental de toda a bacia hidrográfica.
O grupo que idealizou a proposta foi se expandindo e passou a atacar os problemas relacionados com os recursos hídricos, como a poluição doméstica, industrial e o lixo. Foi dada atenção à situação dos arroios que drenam as cidades e levam até o rio todas as impurezas da urbanização.
O destaque atual está na campanha “Eu Amo o Rio dos Sinos – Água é Vida”, com os mutirões de limpeza no arroio Pampa, desde sua nascente até a foz. O trabalho foi iniciado em 24 de março, no bairro São Jorge, quando foram constatadas também casas instaladas em locais irregulares, nas encostas de morros, devastando a vegetação de preservação permanente.
Confira fotos do mutirão no Arroio Pampa
A coordenadora do projeto, Dione Dias de Morais (clique e leia a crônica de Dione sobre o tema), apresentou ao Movimento Roessler para Defesa Ambiental, na semana passada, um relato sobre o que presenciou na visita à nascente do arroio. Na oportunidade, destacou que o Pampa revela uma situação de caos ambiental, social e de saúde pública.
Outro dado preocupante apontado por Dione é que, além de o esgoto doméstico ser lançado diretamente nas suas águas, o arroio ainda recebe uma grande quantidade de lixo, jogado muitas vezes por moradores sem a consciência do dano ambiental que estão causando.
Dione acredita que a recuperação do Rio dos Sinos passa pela recuperação dos arroios, o que exige das autoridades a solução quanto à implantação de redes de esgoto e estações de tratamento.

Fato relevante do mutirão foi a participação de moradores da Vila Santiago, nas proximidades da nascente do Pampa. Alguns deles se comprometeram a manter seus terrenos limpos. “O que já significa um grande avanço no desenvolvimento de uma consciência ecológica”, entende Dione.
Novas ações estão sendo elaboradas para envolver a população no mutirão de preservação ambiental. Entre elas, está o estudo de um plano especial, específico para os conflitos existentes encontrados na área.
O grupo de voluntários do projeto SOS Rio dos Sinos, que segue a orientação de Álvaro Lucídio Pinto, coordenador da Defesa Civil em Novo Hamburgo, volta a se reunir no próximo sábado para um mutirão nas proximidades da Escola Municipal Arnaldo Reinhardt, na Vila Iguaçu. Haverá a participação de alunos e monitores ecológicos que participam do projeto “100% Iguaçu”.
Quem quiser participar deve enviar um e-mail para [email protected], deixando nome completo e número de telefone para contato.