Em torno de 20 mil agricultores e agricultoras, de todos os cantos do Rio Grande do Sul, oraram e protestaram em Sapucaia do Sul, no dia 24
Organizadores da 32.ª Romaria da Terra – A Comissão Pastoral da Terra, Vicariato Episcopal de Canoas e CNBB 3, reuniram em Sapucaia do Sul, no Rio Grande do Sul, nesta terça-feira, dia 24, em torno de 20 mil peregrinos, para orar e se organizar por dias melhores em 2009. O tema deste ano foi “Água, Sangue e Terra” e o foco das atenções dos participantes foi a preservação ambiental.
Os romeiros partiram ainda pela manhã, em caminhada, da igreja Sagrada Família, no bairro colonial, em direção ao Parque Pesqueiro, no bairro Carioca, onde se postaram nas margens do Rio do Sinos e relembraram a tragédia da mortandade de peixes e reclamaram pela falta de punição dos culpados.
Os agricultores cantaram e oraram e gritaram palavras de ordem. Suas principais contestações foram contra a privatização da água, pela sociedade considerar crime algumas ações realizadas pelo movimento social e lamentaram o fim das escolas itinerantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST.
Quem também esteve presente na atividade, fazendo o papel de anfitrião, foi o prefeito de Sapucaia, Vilmar Ballin. Satisfeito por sediar a Romaria, o líder do Executivo lamentou que o município vai ter que carregar na memória o triste episódio ocorrido em 2006, quando ocorreu a morte de peixes – uma lamentável tragédia ambiental.
Os romeiros criticaram a falta de iniciativa dos poderes públicos em providenciar um tratamento mais adequado dos esgotos domésticos. Foi Dom José Mário Stroeher, que argumentou ser a falta de saneamento básico um dos principais problemas do Rio do Sinos. Durante a celebração da missa presidida pelo arcebispo metropolitano, Dom Dadeus Grings, foram questionadas quais as medidas adotadas depois da tragédia no Rio dos Sinos.