Tarcísio Zimmermann completa 300 dias à frente da Prefeitura hamburguense em 31 de outubro. Petista avalia período como “difícil”, mas já projeta novos investimentos.
Da Redação [email protected]
Ampliação das horas médicas, operação tapa-buracos, novos loteamentos populares, aumento de vagas nas escolas e programas de desenvolvimento de empreendimentos. Conquistas imputadas pelo prefeito Tarcísio Zimmermann como o começo da primeira gestão petista na história de Novo Hamburgo.
Na década de 80, o filho de pequenos agricultores de Santo Cristo chegava a Capital Nacional do Calçado. Mais de 20 anos depois, o sociólogo formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS é o prefeito hamburguense pelo Partido dos Trabalhadores – PT. Completa em 31 de outubro de 2009 os primeiros 300 dias no cargo e faz uma avaliação do período ao Portal novohamburgo.org. Reclama da condição em que estava o Município quando assumiu, mas já projeta novos investimentos e prevê: “2010 vai ser com certeza o ano dos maiores investimentos da história de Novo Hamburgo no último período.”
Os 300 dias não foram só de flores, é verdade. Zimmermann teve de mexer em antigas “feridas” da cidade. Temas polêmicos permearam o debate político. Começando por mudanças no secretariado após denúncias de corrupção, passando pela sanção do projeto proposto por vereadores reduzindo o horário de atuação dos mercados em Novo Hamburgo, mudanças no sistema de cobrança da Faixa Nobre e alterações no Plano de Carreira do funcionalismo público. É inegável, no entanto, a liderança que o prefeito conseguiu constituir num curto espaço de tempo.
Tarcísio Zimmermann comemora hoje uma redução de 50% das contas a pagar do ano de 2008 – ao todo eram R$ 45 milhões – e o que define como “importantes conquistas para o povo hamburguense”. Um trabalho, como também ele próprio descreve, “de muita austeridade”. Para 2010, anuncia o maior número de investimentos que a cidade já viu em apenas um ano. “Tudo turbinado com recursos que buscamos junto ao governo federal, principalmente pelo Programa de Aceleração do Crescimento – PAC.”
CASA EM ORDEM
Conforme o prefeito, a situação encontrada no início do ano foi pior do que se imaginava. “Por isso estabeleci um processo muito rigoroso de austeridade” explica, referindo-se a diminuição de seu próprio salário de R$ 18.895,72 para R$ 16,5 mil, e o repasse do carro oficial para o setor da Saúde. As medidas permitiram a implantação do projeto SUS em Casa, que atende pacientes em seus próprios lares, desafogando o congestionado Hospital Municipal.
Mesmo com os cortes e a economia, os serviços da Prefeitura passaram a atender o público em horário integral, ao invés do meio expediente praticado pelos governos anteriores. Com a criação de uma Junta Financeira, que orienta todos os gastos públicos, diversos contratos e pagamentos foram renegociados, gerando uma economia de 10% nesses primeiros 300 dias. Uma série de programas buscou ampliar a receita pública, comprometida com as quedas na arrecadação de tributos e ICMS.
Epidemias
Outro aspecto negativo que obrigou esforços da administração municipal e, consequentemente, gastos públicos, foi a atenção necessária à área da Saúde. São evidentes os impactos de trabalhos de prevenção e atendimentos de doenças como a febre amarela, a Gripe Suína, e a dengue. Ainda assim, deve ser divulgada até o fim do ano a redução do índice de mortalidade infantil. O número era até então maior do que a média do Rio Grande do Sul, uma referência negativa que assolava o município há anos. Soma-se a essas questões o número de enchentes e chuvas, que também consumiram recursos financeiros para o auxílio às vítimas das três cheias do ano.
Buracos nas ruas
Por fim, a infra-estrutura viária da cidade também foi abalada. A qualidade das ruas e do asfalto, que não passa por uma recapagem há pelo menos 20 anos, entende Zimmermann, acabou prejudicada. Para amenizar o número de buracos, a Prefeitura deve aplicar mais de quatro mil toneladas de massa asfáltica até dezembro, num investimento de aproximadamente R$ 1,2 milhão.
“Chegamos no final do ano com as contas razoavelmente equilibradas. Conseguimos pagar uma parte importante das dívidas, mas vai sobrar ainda saldos para pagar em 2010 e, talvez, 2011”, antecipa o prefeito.
EQUILÍBRIO E NOVOS INVESTIMENTOS
Para Tarcísio Zimmermann, os esforços em busca de investimentos foram muitos e os frutos desse trabalho começam a ser colhidos já em 2010. O Orçamento Municipal prevê um crescimento acima de 15% em relação a 2009 – aproximadamente R$ 65 milhões num total bruto de quase R$ 500 milhões.
Saúde
“Somente na área da Saúde, teremos entre oito e 10 milhões de investimentos já confirmados”, destaca o prefeito. “Teremos entre cinco e sete novas unidades de Saúde da Família, uma nova unidade de Pronto Atendimento 24 horas no bairro Canudos e vamos concluir o Hospital Municipal.”
Educação
“Na Educação, também teremos um grande número de obras, principalmente de quadras poliesportivas nas escolas”, adianta. A educação está entre as áreas que mais receberão investimentos municipais no ano que vem.
Saneamento básico
Expressivas obras de investimento no saneamento básico também serão iniciadas, segundo Zimmermann. Entre elas, as reformas da bacia do Arroio Luiz Rau, que passará o percentual de tratamento de esgoto da cidade de atuais 2% para até 80%, e projetos na área de desenvolvimento social.
Habitação
“Teremos investimentos importantes em habitações populares. Algo como quase três mil novas casas e recursos aprovados para a regularização fundiária da Vila Palmeira.” Há ainda novas unidades do Programa de Arrendamento Residencial – PAR e o programa Minha Casa, Minha Vida. Ambos com recursos do Governo Federal.
Organização Financeira
Junto à organização financeira da máquina pública, a gestão petista também conseguiu implantar a Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo. Fato considerado por Tarcísio como uma conquista de um governo inteiro. “Isso é um trabalho de muitos anos, que conseguimos realizar em apenas um.”
Empresas Públicas
Outro setor que foi contemplado com uma reestruturação foi a Companhia Municipal de Urbanismo – Comur, que deixou de ser uma empresa deficitária. “Além disso, mantivemos a potencialidade da Comusa e fizemos projetos importantes na Fenac.”
Plano de Carreira
O chefe do Executivo hamburguense diz que as mudanças no Plano de Carreira do funcionalismo público municipal devem dar condições para que não ocorram mais acúmulos de déficits aos cofres municipais. Garante ainda a organização da remuneração dos futuros funcionários dentro da realidade que a região oferece.
Nota Eletrônica
No próximo ano, como forma de incrementar as receitas, Zimmermann anuncia que será implantada a nota fiscal eletrônica e o ISSQN Digital, comprovando uma nova visão de governo municipal. “Precisamos melhorar nossas receitas e trabalhar o desafio de fazer a cidade crescer. É muito importante que se tenha isso claro. Novo Hamburgo não pode ficar paralisada, temos que nos preparar para o crescimento do Brasil.”
Informações da Imprensa da Prefeitura de Novo Hamburgo
FOTOS: divulgação