Em votação unânime, vereadores acataram o veto do prefeito Jair à criação de novos cargos no Legislativo
Terminou ao menos em 2007 a ameaça de criação de novos cargos de assessores na Câmara Municipal de Novo Hamburgo. Surpreendentemente, por unanimidade, os vereadores acataram o veto do prefeito Jair Foscarini (PMDB) ao projeto de lei que havia sido aprovado no Legislativo criando os novos cargos.
Os 14 vereadores se mostraram favoráveis à decisão do Executivo. Jair havia alegado que a proposta contrariava interesse público. Mesmo assim, a aprovação do veto era uma incógnita, já que outros projetos vetados pelo prefeito foram promulgados em lei pela Câmara recentemente.
A proposta previa a criação de 14 novos cargos de assessor parlamentar com salários de R$ 2.668,37. Se fosse sancionado ou promulgado, o projeto iria se transformar em lei e geraria um custo de R$ 588 mil em 2007, R$ 647 mil em 2008 e R$ 712 mil em 2009.
O presidente da Câmara Municipal, Ito Luciano (PMDB), um dos criadores da proposta e responsável por sua apresentação no plenário, disse que votaria pela manutenção do veto após reuniões com entidades, com a comunidade e com os próprios vereadores que haviam sido favoráveis ao projeto.
Ele disse ainda que muitos gabinetes já têm a figura do terceiro assessor, sendo este salário custeado pelo próprio vereador.
O vereador Gilberto Koch (PT) disse que o Legislativo deve discutir assuntos mais importantes para a comunidade.
Já Soli Silva (PDT) admitiu que ajudou a pedir o projeto de criação de mais sete cargos de assessor parlamentar, mas que mudaria de posição. “Não me sinto menos homem por estar refletindo. Essa minha mudança não é repentina”, disse Soli, que ainda afirmou que não tem vergonha de mudar de opinião.
Na justificativa do voto, Antonio Lucas (PDT) afirmou que não foi por causa da imprensa que acatou o veto. Ele esclareceu que alterou a sua posição após a reunião dos sete vereadores que votaram a favor da criação do cargo.