Para ministro, os “chavistas” escolheram não declarar nenhum tipo de ausência do presidente porque o povo “não entenderia” se os governistas não fizessem tudo para dar “chance” à sua recuperação.
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O ex-ministro do Interior e das Comunicações da Venezuela Jesse Chacón defende que o Tribunal Supremo de Justiça determine prazo “racional” dentro do qual se deve definir se Hugo Chávez estaria em condições de se juramentar no novo mandato.
Segundo Chacón, essa definição será feita quando o TSJ divulgar sua interpretação do artigo 231 da Carta, sobre a posse. “Creio que [o prazo] o TSJ tem que definir em sua interpretação do 231. Imagino que isso deve ter um espaço racional, no tempo que deve ser avaliado pelo tribunal”, disse à Folha.
“Se o presidente melhorar e puder planificar um cronograma, creio que ele fará. Se por alguma razão se complicar, o que ninguém neste país deseja, o tribunal terá que decidir com os outros Poderes.”
Chacón reforça a tese de “continuidade administrativa”, segundo a qual Nicolás Maduro, nomeado vice-presidente no dia em que Chávez foi diplomado como vencedor das eleições presidenciais de outubro, segue tendo legitimidade depois de amanhã.
Para o ex-ministro, o mais importante é “a vontade popular”. “O povo foi às urnas sabendo que Chávez fizera operações para tratar um câncer”, alega Chacón, cujas pesquisas apontavam que a maioria da população acreditava que Chávez estava curado, como o presidente dizia. Questionado se a população foi devidamente informada, respondeu: “Um câncer é um câncer e pode voltar a se manifestar. É fato inesperado depois das eleições. Poderia voltar agora ou em 20 anos”.
Para Chacón, os chavistas escolheram não declarar nenhum tipo de ausência do presidente porque o povo “não entenderia” se os governistas não fizessem tudo para dar “chance” à sua recuperação. “Não é sentimentalismo barato. Ele arriscou a vida no poder. O povo chavista não aceitaria solução que acelerasse sua saída.”
Informações de Folha
FOTO: reprodução / folha
