Número ainda pode aumentar, embora tempo já comece a melhorar na cidade maravilhosa. Buscas por desaparecidos continuam.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A chuva que atingiu o Rio de Janeiro pelo segundo dia seguido nesta terça-feira, dia 06, deixou ao menos 102 mortos no Estado, segundo informações do Corpo de Bombeiros divulgadas no final da noite.
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O quartel central de Niterói, entretanto, informou que o número ainda pode aumentar, pois há várias equipes na rua nesta madrugada e a maioria não fez o levantamento total das ocorrências realizadas.
O número de mortos teria aumentado para 53 em Niterói e 37 na cidade do Rio de Janeiro. Outras nove pessoas morreram em São Gonçalo, um em Nilópolis, uma em Paracambi e uma em Petrópolis. Outras 102 pessoas ficaram feridas.
DESABRIGADOS – O prefeito da capital, Eduardo Paes (PMDB), afirmou que a cidade tem 1.410 pessoas desabrigadas e desalojadas. De acordo com ele, todos os mortos foram vitimados por deslizamentos provocados pelo encharcamento das encostas.
Às 4 horas, o prefeito se reúne com autoridades municipais para decidir as medidas que serão tomadas para esta quarta-feira. A população foi orientada a permanecer em casa e deixar áreas de risco, onde existem 10 mil residências. Foram registrados pelo menos 180 deslizamentos.
No início da noite, a prefeitura cancelou o estado de alerta na cidade em função da diminuição da intensidade das chuvas, mas mantém o estágio de atenção. “Há pessoas soterradas e desaparecidas. O Corpo de Bombeiros está revirando terras e escombros em muitos locais e o trabalho é árduo. Como voltou a chover, estamos abrindo nossos frontes de trabalho”, disse o sargento Lúcio, do Corpo de Bombeiros.
No morro do Borel, na Tijuca, Ana Marcele Barbosa, de 5 meses, uma jovem de 16 anos e Francisca Bezerra de Souza, 60 anos, morreram soterradas no desabamento da casa em que estavam. Outras 12 pessoas ficaram feridas.
No morro dos Macacos, em Vila Isabel, foram cinco vítimas fatais, todas de uma mesma família que morava na rua Senador Nabuco. Um deslizamento de terra causou mais cinco óbitos no Morro do Andaraí e outros três no Morro do Turano, ambos na zona norte. A tragédia também fez uma vítima no bairro de Jacarepaguá, na zona oeste.
“A situação é de caos. Todas as vias estão interrompidas e é um risco enorme para quem tentar sair de casa. Não saiam de casa, não levem seu filho à escola até que possamos avaliar melhor a situação e alterar a orientação. Ainda chove muito. Se preservem e tomem muito cuidado, principalmente as pessoas que moram em áreas de risco. A situação é muito crítica”, disse o prefeito.
Chuva recorde
Paes afirmou que em menos de 24 horas choveu em média 288 mm na cidade. “É a maior chuva das grandes tragédias da história do Rio de Janeiro”, disse. De acordo com a Climatempo, num período de 12 horas entre segunda e terça-feira choveu o que estava previsto para todo o mês de abril, que é cerca de 140 mm.
O Serviço de Meteorologia do Rio de Janeiro registrou que o índice é o maior da cidade desde que iniciou a medição, há mais de 40 anos. Mas os resultados oficiais do índice pluviométrico, realizados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ainda não foram divulgados.
Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em visita ao Rio de Janeiro, cancelou a agenda prevista ao Complexo do Alemão, onde inauguraria obras do Programa de Aceleração do Crescimento na comunidade. “As enchentes atingem sempre as pessoas que moram em locais pobres, em locais inadequados”, disse Lula a jornalistas no Rio, antes de participar de evento na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Temos que esperar passar a chuva para cuidar das pessoas”, acrescentou o presidente, que ofereceu ajuda por telefone ao prefeito Eduardo Paes e ao governador do Rio, Sérgio Cabral.
Luto oficial
Cabral decretou luto oficial de três dias pelas vítimas dos temporais. “O mais importante agora é evitar o mal maior, que é a perda de vidas. Quem vive em locais de risco, deve procurar abrigo em lugares seguros”, disse.
Previsão
Segundo a Climatempo, a previsão é de que a chuva deve atingir o Rio até quinta-feira, embora com menor intensidade. Uma forte frente fria avança pelo Sudeste do Brasil e o intenso contraste térmico entre o ar polar e o ar quente tropical mantém as condições. Além disso, a temperatura superficial das águas do Atlântico, perto do litoral fluminense, está cerca de 2°C acima do normal.
Ainda de acordo com a agência, o mar sobe muito nas próximas 24-36 horas. Há previsão de ressaca entre esta quarta e quinta-feira.
Informações do Portal Terra
FOTO: AP / reprodução Terra