Tragédia nacional. O Brasil acorda menor. A mulher de Dom Philips, Alessandra Sampaio, afirmou que os corpos do jornalista inglês e do indigenista Bruno Araújo Pereira foram encontrados, informa o G1. A Polícia Federal não confirma.
Segundo Alessandra, a PF lhe confirmou a localização de dois corpos, mas disse que eles ainda precisavam ser periciados. A Embaixada Britânica já havia comunicado aos irmãos de Dom Phillips que eram os corpos do jornalista e do indigenista.
Bruno e Dom tinham sido vistos pela última vez no dia 5 ao chegarem a uma localidade chamada comunidade São Rafael. De lá, eles partiram rumo a Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas, mas não chegaram ao destino. No domingo (12), as equipes de busca encontraram uma mochila, um notebook e um par de sandálias na área onde são feitas as buscas pelo jornalista inglês e pelo indigenista no interior do Amazonas. Segundo as autoridades, o material estava próximo da casa de Amarildo Costa de Oliveira, suspeito de envolvimento no crime.
Além de indigenista, pessoa que reconhecidamente apoia a causa indígena, Bruno Pereira é servidor federal licenciado da Funai. Ele também dava suporte a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari,(Univaja) em projetos e ações pontuais.
Segundo a nota da Univaja, Bruno era “experiente e profundo conhecedor da região, pois foi Coordenador Regional da Funai de Atalaia do Norte por anos”.
Phillips morava em Salvador e fazia reportagens sobre o Brasil há mais de 15 anos para veículos como Washington Post, New York Times e Financial Times, além do Guardian. Ele também estava trabalhando em um livro sobre meio ambiente com apoio da Fundação Alicia Patterson.
Phillips e Bruno faziam expedições juntos na região desde 2018, de acordo com o The Guardian.
Polícia Federal nega
“O Comitê de crise, coordenado pela Polícia Federal/AM, informa que, não procedem as informações que estão sendo divulgadas a respeito de terem sido encontrados os corpos do Sr. Bruno Pereira e do Sr. Dom Phillips.
Conforme já divulgado, foram encontrados materiais biológicos que estão sendo periciados e os pertences pessoais dos desaparecidos.
Tão logo haja o encontro, a família e os veículos de comunicação serão imediatamente informados.”
JORNALISMO DE LUTO
Opinião do editor
Nós, a imprensa, estamos de luto. Estamos com nossos corações partidos. Estamos com uma vontade imensa de gritar, falar, e expor a nossa revolta por tamanha tragédia. Estamos expondo a morte, o assassinato de um colega. Isso é censura, é uma tentativa de “calar a nossa boca”; são forças ocultas, que tentam, diariamente, fazer da liberdade de imprensa e de expressão censuras práticas.
Isso não irá nos fazer parar. Seguiremos o legado. Seguiremos nossa força de informar. Seguiremos o compromisso. Seguiremos com o jornalismo!