Na última terça-feira, 16, uma área de baixa pressão em níveis médios e altos da atmosfera avançou do Chile para o Oeste e Centro da Argentina, rumando para o Uruguai. Ao mesmo tempo, uma intensa corrente de vento avançava pelo Norte da Argentina até o Uruguai e o Rio Grande do Sul, proporcionando ar muito quente que instabilizou a atmosfera ao encontrar a “baixa fria”. Esse encontro resultou em chuvas intensas, tempestades fortes e granizo.
Uma linha de instabilidade, conhecida nos Estados Unidos como sistema convectivo quase-linear (QLCS), avançou do Oeste e Sul do estado gaúcho, trazendo consigo chuvas intensas, granizo e vendavais. Ao atingir a região metropolitana de Porto Alegre, essa linha desenvolveu uma célula de tempestade ainda mais forte, resultando em um temporal violento na capital, embora nem toda a área metropolitana tenha sido igualmente afetada.
Em Porto Alegre, foi uma das tempestades mais fortes que atingiu a cidade na história recente com chuva excessiva em curto período, granizo e um intenso vendaval. O Aeroporto Salgado Filho registrou vento de 89 km/h, mesma velocidade observada no Jardim Botânico. Estações particulares de clubes náuticos no Sul da capital anotaram quase 120 km/h. Canoas, na base aérea, teve vento de 107 km/h. Velocidades de vento medidas no aeroporto ou na base em Canoas são por anemômetros em campo aberto. Dentro da cidade, por relevo e/ou construções, o vento acelera e sopra mais forte, sobretudo em andares altos de prédios. Assim, por certo, rajadas tão fortes quanto 110 km/h a 130 km/h ocorreram.
Cidades do Vale do Sinos, como Novo Hamburgo, relataram chuvas intensas de aproximadamente 50 mm em apenas duas horas, acompanhadas por ventos de aproximadamente 70 km/h. Embora tenham ocorrido quedas de árvores em Lomba Grande, incluindo na Estrada Leopoldo Petry, equipes da Prefeitura agiram prontamente para desobstruir vias.
Além disso, duas ocorrências foram registradas: uma no bairro Canudos, onde uma casa foi atingida sem causar vítimas, e outra no bairro Santo Afonso, com desmoronamento de barranco, também sem vítimas. Apesar dos alagamentos pontuais, não foram registrados desabrigados ou desalojados em Novo Hamburgo.
Em São Leopoldo, os danos foram considerados pequenos se comparados a eventos anteriores, com alagamentos pontuais. O prefeito Vanazzi destacou a prontidão das equipes de Defesa Civil, Obras, Semae e Sub-prefeituras, que trabalharam incansavelmente desde o início do temporal para atender casos de quedas de árvores e outros chamados de urgência da população.
“Os danos foram pequenos se comparados a episódios anteriores, com alagamentos pontuais. Mas continuamos em alerta”, afirmou o prefeito, destacando o compromisso das equipes municipais em lidar eficientemente com os efeitos do temporal.
Já Estância Velha registrou grande volume de chuva, porém não houve estragos e nem ocorrências registradas causada pelo temporal.
A população é aconselhada a permanecer atenta às condições meteorológicas e a seguir as orientações das autoridades locais para garantir a segurança durante eventos climáticos extremos.