A diretoria do Sindicato dos Médicos de Novo Hamburgo e do Vale do Sinos, representada pelo médico hamburguense Kleber Fisch, fez duras críticas a saída do tratamento de câncer do Hospital Regina,com sede no município.
A reportagem recebeu o artigo na manhã de hoje, publicado também no Jornal NH.
A manifestação diz: “Inadmissível e imperdoável que todas as entidades (públicas e privadas), políticos, governantes (do Estado e Município), grupos de Auxílio Social, empresários e comerciantes hamburguenses, pessoas de prestígio na comunidade, médicos (concentrados em seu cotidiano repetitivo e automático) e toda população, tenhamos permitido tal atraso e desfaçatez com a nossa cidade.
Fechar a Oncologia do SUS no Hospital Regina é a admissão de nosso fracasso como sociedade.
Como em tudo organizado pela velha classe política, o indivíduo brasileiro, honesto, trabalhador, oprimido por impostos e baixa remuneração, é novamente humilhado e rechaçado de seus direitos básicos na saúde. Num momento no qual o mesmo se encontra num período de maturidade e fragilidade, em que a doença mais vil e degradante o acomete. Há anos OS médicos foram afastados da organização e determinação de diretrizes da política de Saúde Pública. Seja por falta de apoio dos governos e sociedade (desmerecendo O ensinamento científico), seja pelos salários aviltantes que afastaram os colegas de tais aspirações.Nós que vivemos o dia-a-dia do Hospital Regina, sabemos dadedicação da Direção, com investimentos para oferecer toda estrutura complexa para tais atendimentos. Também somos sensíveis aos exorbitantes aumentos de custo na área da Oncologia, pela evolução de tecnologias, procedimentos e novas medicações.
Não existe mágica, todos estão no limite de seus orçamentos e quem desrespeitar este fato fatalmente sucumbirá. Quanto a equipe médica será um verdadeiro desestímulo e desrespeito, pois são dezenas de médicos das mais variadas especialidades, que se dedicaram por anos em suas áreas, adquirindo experiência e conhecimento, reservando parte de seu tempo profissional ao atendimento comunitário (pois os honorários do SUS são insignificantes). Isto tem uma relevância enorme na qualidade do serviço prestado, que certamente não será a mesma numa outra unidade iniciante. Não podemos deixar de reconhecer e agradecer em nome do Sindicato dos Médicos do Vale do Sinos, a todos estes profissionais da Saúde e ao Hospital Regina, por toda a dedicação durante décadas, com os pacientes oncológicos de Novo Hamburgo e cidades vizinhas.
Estes últimos então decidiram unilateralmente a troca de prestador, sem levar em conta a nossa população e de cidades vizinhas, também contempladas anteriormente na Oncologia SUS.”
