A cidade foi uma das mais afetadas pelas enchentes que ocorreram na primeira semana de setembro, deixando um rastro de destruição e causando a morte de 12 pessoas.
No município de Roca Sales, situado no Vale do Taquari, um servidor público concursado enfrenta acusações graves após ser preso em flagrante por desviar doações destinadas às vítimas das enchentes que assolaram a região. A prisão preventiva foi decretada pela Justiça do Rio Grande do Sul, e o servidor, identificado como Cristian Prade, de 47 anos. As autoridades ainda não divulgaram o nome do suspeito, mas a identidade foi confirmada por fontes locais. Este caso tem gerado repercussões e debates sobre a responsabilidade dos servidores públicos e a gestão das doações em momentos de crise.
O município foi uma das mais afetadas pelas enchentes que ocorreram na primeira semana de setembro, deixando um rastro de destruição e causando a morte de 12 pessoas, com dois moradores ainda desaparecidos até o momento. Diante dessa situação de emergência, diversas ações de solidariedade foram iniciadas em todo o estado para auxiliar as vítimas, incluindo a doação de alimentos e suprimentos essenciais.
No entanto, as investigações da Polícia Civil apontam que Cristian Prade teria orientado voluntários que estavam dispostos a doar uma carga de ração destinada aos animais das áreas afetadas a entregá-la em um terreno de sua propriedade particular, simulando ser um ponto de coleta oficial. No local, as autoridades apreenderam uma quantidade significativa de ração, incluindo 50 sacos de ração de milho, 210 sacos de ração de silagem e 20 sacos de ração para gado.
O delegado Alex Assmann, responsável pela investigação, explicou que o servidor público está sendo enquadrado no crime de peculato, que consiste no desvio de bens ou valores por parte de um funcionário público contra a administração pública. De acordo com as leis brasileiras, um servidor jamais deveria utilizar sua propriedade particular para recebimento de bens destinados a fins públicos.
O advogado Geovanne Gomes Pereira, que acompanhou Cristian Prade durante sua prisão em flagrante, afirmou que se trata de “um grande mal-entendido” e negou veementemente que seu cliente tenha se apropriado das doações. A defesa provavelmente argumentará que a propriedade particular de Prade foi usada como um ponto de coleta temporário devido à falta de espaço nas instalações públicas, alegando boa-fé.
Além do processo criminal em andamento, o servidor afastado também enfrentará um processo administrativo, de acordo com o Executivo municipal. As consequências desse processo podem variar, incluindo sanções disciplinares, suspensão ou até mesmo a perda do cargo público, dependendo das conclusões das investigações.