Encerra na próxima sexta o prazo para filiações partidárias, o que deve mexer com o quadro político da cidade
Até o próximo dia 5 de outubro, os cartórios eleitorais de todo o Brasil estarão agitados. E não será por motivos de confecção ou atualização do título. O corre-corre é daqueles que aspiram concorrer nas eleições municipais de 2008 e que, para isso, estão se filiando ou trocando de partido.
Em Novo Hamburgo, há poucas confirmações e muitas especulações em torno do troca-troca. Na Câmara de Vereadores, de certo até o momento está o retorno de Maria Lorena Mayer, ex-Democratas, para o PDT. No entanto, não deve ser apenas Lorena a aderir a uma nova sigla. Resta aguardar o que irá ocorrer durante esta semana.
O troca-troca de partidos entre parlamentares logos após as eleições já é um fato conhecido dos eleitores brasileiros. Após as últimas eleições, cerca de 10% dos parlamentares da Câmara dos Deputados – 54 de um total de 513 deputados – trocaram de sigla.
Em nível nacional, para o cientista político Lúcio Rennó, uma das explicações para tanta mudança é o interesse dos parlamentares em se aproximarem do governo, buscando partidos da base aliada. “Um padrão clássico é se aproximar mais do governo para ter um pouco mais de acesso a cargos e recursos orçamentários que o governo controla”.
Rennó afirma que outro motivo para o troca-troca é que o sistema partidário brasileiro ainda é relativamente jovem. “Onde você tem partidos menos consolidados, mais fracos, a possibilidade de mudança, o custo da mudança, é menor do que em sistemas onde esses partidos já tem reputações claras, bem estabelecidas”.
Ele destaca também que no Brasil o partido não tem tanto peso quando os eleitores fazem a escolha por um candidato. “O voto no Brasil é muito pessoal no candidato, muito menos partidário do que, por exemplo, no caso americano”.
A opinião de Lúcio Rennó é compartilhada pelo deputado Paulo César (PR-RJ), que antes era do PTB. “O parlamentar é que faz a política de base, ele que faz sua campanha, investido apenas de uma sigla. Não é a sigla que leva o candidato, é o contrário, é o candidato que leva a sigla nas costas e, muitas vezes, dependendo do peso dessa sigla ele pode sair prejudicado nas eleições”.
Olho no calendário
O calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as eleições do próximo ano determina o dia 5 de outubro como data limite para a filiação partidária e também para a definição do domicílio eleitoral dos candidatos.
No entanto, quem deixar para a última hora pode enfrentar problemas de prazo com a Justiça Eleitoral. Isto porque, ao se desfiliar de um partido, o candidato deve comunicar o fato ao partido ao qual pertencia e à Justiça Eleitoral. Depois, deve aguardar 48 horas para se filiar a outra agremiação.
Ou seja, se não tomar a decisão e colocá-la em prática nos primeiros dias desta semana que se inicia, ele pode não ter sucesso ao tentar virar a casaca. Vale lembrar: o dia 5 de outubro é na próxima sexta-feira.
Fonte: Agência Brasil