Durante o torneio realizado em homenagem ao tenista, seu pai conta como assimila o assassinato de Thomás ocorrido em 2001
Domingo, dia 2, completa 6 anos da morte do tenista Thomas Engel. A morte dele causou imensa dor e revolta na comunidade hamburguense e da região. Em 2 de setembro de 2001, Thomás Feltes Engel, 16 anos na época, um dos melhores tenistas de sua categoria, foi morto com um tiro pelas costas, em uma abordagem policial.
O garoto e dois amigos, ambos de 15 anos, estavam na rua 1º de março, em São Leopoldo, por volta das 2h40 da madrugada, quando os policiais chegaram. Thomás e seus amigos foram confundidos com bandidos. O tenente Paulo Sérgio de Souza, da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, que comandava a operação, foi o autor do disparo. Mesmo não tendo havido resistência por parte dos menores, o policial disparou sua arma calibre 12 e o jovem morreu no local.
Durante muito tempo, o crime foi motivo de passeatas e outras manifestações de revolta pela perda brutal do tenista. As circunstâncias em que o crime ocorreu foram motivo de grande inconformação de pais, parentes, amigos e a comunidade em geral.
O então tenente foi julgado, em 7 de abril de 2005, no Anfiteatro Padre Werner, no campus da Unisinos. O júri foi presidido pelo Juiz de Direito da 1ª vara criminal de São Leopoldo, Francisco de Jesus Rovani. Paulo de Souza foi condenado, depois de 23 horas de júri, pela morte do jovem Thomás. Por quatro votos a três, os jurados consideraram que houve homicídio simples, com atenuantes.
A pena delimitada foi de seis anos e oito meses de reclusão em regime semi-aberto. O julgamento contou com a presença de mais de 700 pessoas, incluindo familiares e amigos da vítima e do réu, além de grande número de estudantes e professores da Unisinos. Houve momentos de grande emoção e dor, além de indignação por parte da família pela pena estabelecida.
Thomás Engel foi homenageado com a instituição do seu nome em uma passarela de pedestres de Novo Hamburgo, além da substituição do nome do torneio de tênis da região pelo seu.
Torneio marca o 6º ano da morte de Thomás Engel
O pai do jovem tenista Thomás Engel, o empresário Henrique Engel disse hoje, dia 1º, durante o torneio da 6ª Copa Thomas Engel – Aberto de Novo Hamburgo de Tênis, realizado no Ok Center em Novo Hamburgo, que de algum tempo para cá vem procurando assimilar a morte do filho, que amanhã (2/09) completa 6 anos.
“Tenho deixado a questão judicial para o advogado e me preocupado em homenagear e relembrar dos momentos bons vividos ao lado dele, que infelizmente foram muito curto pois ele viveu somente 16 anos, pois ele havia acabado de completar tal idade, já que ele era aniversariante do dia 22 de agosto”, comenta.
Engel revela que a maior alegria dele é essa copa de tênis, pois relembra a todo momento um esporte que ele era grande adepto e praticante. “Os momentos de lazer e de confraternização com os amigos e com a comunidade me dão animo para mim e nossos familiares continuarem vivendo e reconstruindo nossas vidas”, acrescenta.
Com relação a parte legal do caso o empresário comenta ter recebido essa semana um comunicado de seu advogado, José Gonzáles, a informação de ter interposto um recurso judicial no Supremo Tribunal Federal em Brasília pedindo a anulação do Júri que condenou o autor a 13 meses de reclusão no regime semi-aberto.
“O autor somente deve estar indo pernoitar no presídio de Montenegro”, registra. A anulação do Júri, diz Engel tem a finalidade de pedir ao judiciário a realização de um novo julgamento.