O governo federal vai construir um hospital de campanha em São Leopoldo para atender as vítimas da enchente histórica que atinge a cidade e o Rio Grande do Sul. O anúncio foi feito pelo General Hertz, vice chefe do Estado Maior do Exército, ao lado do presidente Lula, que retornou ao Estado neste domingo (5).
A enchente histórica em São Leopoldo deixa mais de 150 mil pessoas desalojadas ou desabrigadas, segundo o último balanço divulgado pela prefeitura. As regiões mais afetadas são os bairros Vicentina, São Miguel, Paim, Campina, Scharlau baixa, Jardim Viaduto, Centro, Santos Dumont, Rio dos Sinos, Vila Brasília, Brás e São Geraldo Feitoria.
Ao lado de uma comitiva de ministros, do presidente da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, Lula voltou ao Estado neste domingo. O presidente afirmou que a reconstrução das rodovias destruídas pelas enchentes terá apoio do governo federal, inclusive das estradas administradas pelo Estado. Lula disse que as verbas estão garantidas e prometeu reduzir a burocracia para as obras.
“Eu sei que o Estado tem uma situação financeira difícil, sei que tem muitas estradas com problema. Quero dizer que o governo federal através do Ministério dos Transporte vai ajudar vocês a recuperarem as estradas estaduais”, afirmou Lula em pronunciamento após sobrevoar a região metropolitana de Porto Alegre, acompanhado de Lira, Pacheco e do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em todo o RS, as fortes chuvas afetaram mais de 780,7 mil pessoas. Até o começo da tarde deste domingo (5), 75 pessoas morreram, de acordo com a Defesa Civil. Outros seis óbitos ainda estão em investigação e 155 pessoas ficaram feridas. Há ainda 103 pessoas desaparecidas.
O número de óbitos superou a última catástrofe ambiental no Estadon em setembro de 2023, quando 54 pessoas perderam a vida devido a passagem de um ciclone extratropical. As autoridades afirmam que este é o pior desastre climático da história gaúcha.
As chuvas também obrigaram 95,7 mil pessoas a abandonarem suas casas, entre 104,6 mil desalojados e 16,6 mil desabrigados. Dos 497 municípios gaúchos, 334 foram afetados pelas fortes chuvas, o que representa 67,2% das cidades do estado.