A criação do Comitê Técnico de Saúde da População LBGTQIA+ faz parte das metas do Plano Municipal de Saúde.
São Leopoldo instituiu na terça-feira, 28, o Comitê Técnico de Saúde da População LGBTQIA+, o primeiro passo para implementar a política de saúde para esse público no município. O objetivo é possibilitar um atendimento que leve em conta as especificidades da comunidade LGBTQIA+. “É uma construção que garante mais equidade no SUS. Logo, reafirmamos nosso compromisso para a redução das desigualdades e ampliar o acesso aos serviços. É um marco histórico de reconhecimento das demandas dessa comunidade em condições de vulnerabilidade”, destacou o diretor de assistência especializada da Secretaria da Saúde, Jorge Senna.
O prefeito Ary Vanazzi lembrou dos desafios que enfrentou desde quando assumiu a administração da cidade pela primeira vez. “Vivemos num espaço onde o preconceito e o racismo ainda são fortes. Aqui foi presa Jacobina por curandeirismo no século 19. Sofri muito para realizar a primeira parada da diversidade em 2005. O poder público tem que ter coragem e ser parceiro dessa luta”, reforçou.
A mesa de abertura contou com presenças ilustres. A professora e enfermeira Emanuelly Almeida, representando o Fórum LGBTQIA+, a chefe do departamento de igualdade racial da Secretaria de Direitos Humanos (Sedhu), Andriângela Cabral, a titular da Sedhu, Nadir Maria de Jesus, o ouvidor Daniel Passaglia, o psicólogo Cauê Rodrigues, a agente de relações comunitárias Sara Gonçalves, a professora da Unisinos Laura Lopez e do secretário da Saúde Diego Pitirini.
Sobre o comitê
A criação do Comitê Técnico de Saúde da População LBGTQIA+ faz parte das metas do Plano Municipal de Saúde (2022-2025). Dentre as metas do Plano Municipal também está a implantação de um Ambulatório especializado no atendimento à população LGBTQIA, que ainda está em discussão de que forma será o atendimento. A aprovação da Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (Política Nacional de Saúde Integral LGBT), no Conselho Nacional de Saúde, em 2009, visa promover a equidade da atenção à saúde;
A Resolução 343/2014 – CIB/RS institui a Política Estadual de Atenção Integral à Saúde da População LGBT, entre suas diretrizes e objetivos estão:
*Considerar a diversidade sexual e de gênero, de maneira transversal, nos processos de formulação e implementação de políticas e programas no SUS, considerando as suas interseccionalidades étnicos raciais, geográficas, de classe social e geracional; e
*ampliar o acesso de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais aos serviços de saúde do SUS, garantindo o respeito às pessoas e acolhimento com qualidade e resolução de suas demandas e necessidades;
Dia do Orgulho LGBTQIA+
A data tem origem no ato de resistência à repressão policial em 1969, no bar Stonewall Inn, voltado à comunidade LGBTQIA+ de Nova York. O local foi alvo de uma ação policial que prendeu frequentadores. A forte reação da população e da opinião pública marcou o início de uma série de protestos que deram origem ao Dia do Orgulho LGBTQIA+.