No embalo do Dia pela Liberdade de Impostos, vice-presidente da Gerdau criticou carga tributária e gestão pública
O vice-presidente de Projetos Estratégicos da Gerdau, Ruy Lopes Filho, esteve em Novo Hamburgo nesta sexta-feira, quando palestrou na Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACI) sobre os caminhos do crescimento. A atividade integrou a programação do Dia pela Liberdade de Impostos.
Ruy destacou que o crescimento econômico, investimento e poupança são os fatores-chave para o desenvolvimento econômico do Brasil. Ele considera inadequada a forma de gestão que o país adota há décadas e sugere mudanças profundas.
“O setor público terá que reduzir os seus gastos ou não vamos resolver os problemas do Brasil. A gestão da Previdência, por exemplo, é uma bomba que aumenta dia a dia”, afirma.
Ruy indica que o país necessita com urgência de reformas estruturais, indicando que a prioridade absoluta é para as mudanças de ordem previdenciária e tributária, mas não esquecendo também das reformas trabalhista e sindical, judiciária e política.
Para demonstrar sua preocupação com o cenário que perdura há anos, Ruy apresentou alguns números. Ressaltou a importância do Dia da Liberdade de Impostos e afirmou que 37,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é comprometido pela carga tributária. Ele indicou que este número vem aumentando, já que há dez anos era de 31,6%.
O vice-presidente da Gerdau mostrou que, na última década, as despesas correntes da União passaram de 14,4% para 17,6% do PIB, ficando claro o comprometimento do crescimento.
O drama maior apontado por Ruy, porém, são os valores previdenciários com o serviço público, uma vez que a aposentadoria média de membros do Ministério Público da União custam aos cofres públicos mensalmente R$ 11,8 mil, além de R$ 7,3 mil com o Judiciário, R$ 6,9 mil do Legislativo e R$ 4,02 mil de militares.
“O Orçamento da União precisa ser refeito. Atualmente, é impraticável a distribuição de recursos. O Bolsa Família recebe R$ 24 milhões. São R$ 24 milhões para comprar votos! É a maior corrupção do País”, opina.
Ruy encerrou sua palestra afirmando que a Gerdau trabalha uma proposta para acabar com a cobrança da CPFM (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). “Temos que lutar para que ela não se torne permanente. Temos que acabar com esta cobrança”, defendeu.