Já começaram os embates políticos visando o pleito de 6 de outubro, quando os brasileiros estarão escolhendo prefeitos e vereadores nos 5.570 municípios de nosso pais, 497 destes em solo gaúcho. Os debates e as sabatinas, além de folhetos e panfletos se intensificam. Desde a sexta-feira, 30 de agosto, começaram a invadir a nossa rotina, as propagandas políticas, em rádio e televisão.
Concordo com a maioria, que define tais movimentações como chatas, desagradáveis, cansativas, mas sou obrigado a fazer uma ressalva: trata-se do preço a ser pago pela democracia conquistada e vivida hoje. É ruim ter diariamente esse palanque que via de regra é utilizado para tantas mentiras, bravatas, provocações, porém seria muito pior sem tais situações. Muitos povos, ainda hoje, não tem o direito de eleger quem os governa, assim como nosso país, que em vários momentos de sua história foi comandado por ditaduras.
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A vontade de poucos, decidindo que comanda a maioria é uma realidade cruel e injusta, expondo os desejos de poucos, em detrimento as necessidades de muitos. Não faz muitos anos, no Brasil prefeitos eram nomeados, sob nome de uma falsa segurança, de um falso senso de coletividade, impedindo debates e críticas e, sobretudo, alternância de poder.
Então, podemos reclamar, mas nunca esquecendo a reflexão atribuída ao contundente Primeiro Ministro Inglês, Winston Churchill, em 1947, na Inglaterra, na Câmara dos Comuns: “A democracia é a pior forma de governo, à exceção de todas as demais formas que tem sido experimentadas ao longo da história”.
Dito isso, o que me cabe recomendar? Preste atenção em tudo que for possível: internet, rádio, TV, redes sociais, bate papos, histórias, comentários. Faça uma soma disso tudo, seja realista e pondere a credibilidade de suas fontes. Tem gente que faz fofoca e mente no boca a boca, assim como muitos o fazem através do anonimato das redes sociais.
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E, sim, há mentira também nas mídias tradicionais. Não pense que levo livre os veículos onde estou inserido, em nome da tradição; em rádio, TV e jornal também existem maus intencionados. Cabe a você, fazer o julgamento, a leitura crítica, buscando coerência naquilo com o que você recebe de informação diante daquilo que você vivencia.
Pense naqueles que te procuram somente nas vésperas de eleições, pense nos que eleitos não cumpriram suas promessas, pense nos aventureiros e aproveitadores e pense ainda naqueles completamente sem definição ideológica. A definição de um voto não pode acontecer a partir do que você ouve nos 90 dias antes da eleição, pois tem haver um contexto, uma sequência de fatos, uma vida profissional e familiar.
Lembre-se, você estará escolhendo alguém que irá debater questões como o seu IPTU, como a atração de investimentos para o seu município, como os salários dos funcionários públicos de sua cidade, bem como praças a serem criadas, escolas a serem abertas e muitas outras responsabilidades. Não se deixe levar por imagem, por milagres prometidos, por ilusões, afinal, há muito em jogo.
E finalizo esta crônica, com o principal dos pedidos: vote com a convicção de sua consciência. Não se permita ser conduzido pelo medo, por aquilo que seu cônjuge pensa, pela vontade de seu patrão. A escolha é sua, não importando a posição em pesquisa eleitoral do seu candidato. O voto é secreto, unicamente, pelo motivo de que você possa fazer a sua escolha, sendo guiado pela sua interpretação de tudo que viu e ouviu.
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E não esqueça, o seu compromisso não se encerrará em 6 de outubro, afinal deverás cobrar dos eleitos, tudo que foi prometido e finalizo com uma pergunta: te lembras em quem votasse há 4 anos, para vereador e prefeito ? Se já esqueceu, perdão, mas você também está falhando em todo o processo de democracia em nosso país, afinal, cobrar também é essencial.
Boa campanha eleitoral e boas escolhas, para todos nós.