A catástrofe climática no Rio Grande do Sul pode representar perdas de até R$ 58 bilhões no próprio estado e de R$ 38,9 bilhões em outras unidades da federação. Assim o impacto soma cerca de R$ 97 bilhões na economia brasileira, já neste ano. Há possibilidade ainda de atingir 9,86% do PIB (Produto Interno Bruto) – que é a soma dos bens e serviços produzidos estado –, com reflexo de até menos 1% no PIB do Brasil.
No mercado de trabalho, a tragédia causada pelas enchentes pode resultar em prejuízos de 195.000 empregos no estado e 110.ooo em outras unidades da federação. Somados, correspondem a 7,19% do estoque de empregos formais no Rio Grande do Sul e a 0,69% no país. As estimativas são de estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgadas nesta quinta-feira, dia 25.
Por dia, comércio perdeu 5 bilhões
A entidade mostra que, além de atingir a atividade econômica, a tragédia tende a impactar a inflação e a dinâmica fiscal de todo o país. “O comércio, os serviços e o turismo sofrerão duramente caso as medidas mitigatórias não sejam implantadas de maneira efetiva”, alerta o estudo.
A perda diária do comércio foi estimada em R$ 5 bilhões, que representa 31,5% do previsto para maio. Na infraestrutura e no abastecimento, muito atingidos, a previsão é de uma queda de 28% no fluxo de veículos de carga nas estradas. Em situação de normalidade, o estado responde por 7% do volume de vendas no varejo brasileiro.
Turismo e Agricultura
Os prejuízos no turismo devem chegar a mais de R$ 49 milhões por dia, acumulando até R$ 2 bilhões de perdas até junho e fechar o ano com impactos de R$ 6 bilhões. “O Rio Grande do Sul foi responsável por 6% do faturamento do turismo no Brasil em 2023. A perda de faturamento pode representar até 21,4% do total faturado em 2023, no estado”, aponta o relatório, especialmente devido a infraestrutura de transporte comprometida.
O setor agrícola, do qual o Rio Grande do Sul é um grande produtor, responde por cerca de 6% do PIB estadual, com a produção de arroz representando 1%. “A indústria do Rio Grande do Sul, relevante na transformação de máquinas, produtos químicos e veículos, também será afetada”, diz a entidade.