Especialistas dizem que presença da espécie aumentou no mar do RS neste ano. O animal provoca lesões em quem encosta, e guaritas estão equipadas com vinagre, recomendado para aliviar a lesão.
O verão no litoral do Rio Grande do Sul trouxe consigo um aumento alarmante no número de queimaduras por água-viva. Especialistas alertam para um crescimento de mais de 700% nos casos, comparado ao mesmo período do ano anterior. A Operação Verão Total, responsável por prestar atendimento nas praias, registrou 2.402 pessoas procurando auxílio devido às lesões provocadas pelo contato com o animal.
Até o momento, as estatísticas revelam um aumento surpreendente nas queimaduras por água-viva. No mesmo período do ano passado, apenas 288 casos foram registrados, destacando um aumento de 734%. Esse aumento exponencial preocupa as autoridades e profissionais de saúde, levando a medidas preventivas e informativas.
De acordo com o capitão Willen Eccard Silva, guarda-vidas em Capão da Canoa, o aumento da presença das águas-vivas está diretamente relacionado à temperatura mais elevada da água. A reprodução desses animais é favorecida por condições ambientais mais propícias, como o aumento da temperatura e a incidência intensificada da luz solar no oceano, conforme destaca o biólogo Fabiano Soares.
O biólogo explica que as águas-vivas seguem um ciclo reprodutivo peculiar, conhecido como alternância de gerações. Em uma geração, ocorre reprodução assexuada, enquanto na próxima geração, a reprodução é sexuada. As condições ambientais atuais favorecem a reprodução em larga escala, resultando na presença acentuada desses cnidários nas águas gaúchas.
O contato com os tentáculos das águas-vivas desencadeia a liberação de microcápsulas venenosas, conhecidas como nematocistos, que injetam toxinas na pele humana. Apesar de causarem dor intensa e queimaduras, as águas-vivas não representam um perigo maior além desses sintomas. A recomendação é não lavar o ferimento com água corrente, mas utilizar vinagre para aliviar a dor, como equipamentos disponíveis nas guaritas da Operação Verão.
Fabiano Soares alerta sobre o cuidado ao lidar com águas-vivas encalhadas na praia, pois, embora muitas morram desidratadas, o veneno pode permanecer ativo. Tocar no animal, mesmo na areia, não é aconselhável para evitar novas lesões.
Como se proteger das águas-vivas
- Observar a presença dos animais tanto na areia, o que já serve como um sinal de alerta, quanto na beira da praia;
- Sempre que avistar um animal, afastar-se e evitar o contato;
- Em caso de acidentes, lavar com a própria água do mar sem esfregar ou pressionar com as mãos. Isso evita que os arpões adentrem na pele;
- Depois de lavar com água do mar, fazer mais uma limpeza com vinagre;
- Caso necessário, procurar recomendação médica ou farmacêutica para indicar alguma pomada com antialégico.
Fonte: G1