Índice é o menor registrado da história. Maior escolaridade e programas do governo contribuíram para redução da desigualdade no país.
Da Redação ([email protected]) (Siga no Twitter)
O índice de pobreza no Brasil caiu 50,64% de dezembro de 2002 até dezembro de 2010. Para o professor do Centro de Política Social da Fundação Getúlio Vargas – FGV, Marcelo Neri, um pessoa pertence a esta classe social quando uma renda per capita é inferior a R$ 151.
A queda da pobreza nos mandatos do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva superou a registrada durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, mesmo no período de implementação do Plano Real, que foi de 31,9%. A desigualdade dos brasileiros, segundo Néri, alcançou o “piso histórico” desde que começou a ser calculada na década de 60.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio – Pnad e Pesquisa Mensal de Emprego serviram como base para o professor da FGV. De acordo com a análise, a renda dos 50% mais pobres cresceu 67,93% durante este período, período em que a renda dos 10% mais ricos cresceu 10%.
A desigualdade de renda dos brasileiros atingiu o menor patamar desde que ela começou a ser calculada, porém, a diferença ainda é inferior comparada com o padrão de países desenvolvidos, destaca Neri. O pesquisador revelou que o Gini brasileiro está em 0,5304, enquanto nos Estados Unidos o número é de 0,42. Porém, ele ressalta que o país se recuperou do crescimento da desigualdade entre os anos 60 e 80. “Acredito que ainda vai demorar mais uns 30 anos para que possamos chegar aos níveis dos EUA”, estimou Neri.
Marcelo Neri acredita que o aumento da escolaridade e o crescimento dos programas sociais do governo contribuíram para a queda da diferença de renda dos brasileiros mais ricos e mais pobres entre 2001 e 2009. A escolaridade entre os 20% mais pobres avançou 55,6%, já a dos 20% mais ricos, 8,12%. O aumento de renda dos negros também contribuiu para este índice. Enquanto o dos brancos foi de 21%, o dos negros chegou a marca de 43%.
Informações de Estadão
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