Uma imagem fantástica. Um dos mais polêmicos inquilinos do Parcão veste roupas listradas e é cheia de veneno, embora seja extremamente tímida e medrosa em relação ao ser humano. A coral-verdadeira (gênero Micrurus) é muito conhecida, e indexada pela equipe que atualizou o Plano de Manejo do Parcão como presente na Unidade de Conservação. Devido ao seu padrão de cores característico, é fácil de reconhecer: sua pele é desenhada por listras que intercalam preto, vermelho e branco. A coloração não é à toa: seu objetivo é sinalizar aos predadores já de cara que ela é bem perigosa – na natureza, esse tipo de recurso se chama coloração de advertência.
E, nesta quaeta-feira (17), o hamburguense Druka Pires flagrou o animal na parte já externa do Parcão, na rua Barão de Santo Ângelo.
Seus hábitos alimentares fogem do usual: incluem presas alongadas, como lagartos sem patas e outras cobras. Logo, acaba por ser útil, eliminando as agressivas jararacas, em especial os seus filhotes. Por outro lado, os gambás e gaviões são seus principais predadores, controlando seu número na natureza.
“De fato, é uma serpente venenosa. A coral-verdadeira tem um veneno de alta toxicidade que afeta diretamente o sistema nervoso. Se uma pessoa é picada, os primeiros sintomas são dormência no local, visão turva e dificuldade na fala. Porém, aos poucos, a peçonha começa a afetar o restante do sistema nervoso, provocando paralisia de músculos importantes, como coração e diafragma”, conta o Biólogo Carlos Normann, da Diretoria de Proteção Ambiental.
Outra curiosidade bem conhecida é que a coral-verdadeira tem diversas sósias, as corais-falsas. Essas serpentes, que não são perigosas, mimetizam as características físicas das corais-verdadeiras para afastar possíveis predadores. Na dúvida, evite tocar a serpente. Se encontrar uma possível cobra coral, não tente diferenciá-las! Afaste-se do local o mais rápido possível. Se estiver no Parcão, avise as autoridades responsáveis.