Mesmo assinalando que as divergências com Eduardo Leite (PSDB) “são muitas”, o PT do Rio Grande do Sul decidiu recomendar “voto crítico” ao tucano, que busca a reeleição ao governo do Estado. Em nota enviada à imprensa, o partido afirmou que tal atitude se deve ao comprometimento com a democracia e com o objetivo de “derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo neste segundo turno”. O documento, que destaca que o apoio está em conformidade com a resolução partidária do último dia 10, foi assinado por nomes fortes do PT no Estado: o senador Paulo Paim, o deputado federal e presidente do PT-RS, Paulo Pimenta, o ex-governador Tarso Genro, o ex-governador Olívio Dutra e o terceiro colocado na corrida ao Piratini nestas eleições, deputado estadual Edegar Pretto.
Entre as divergências com Leite citadas, o PT destaca “as privatizações dos serviços públicos, como a Corsan”, “o papel do Estado”, “a adesão ao regime de recuperação fiscal” e a “taxação dos aposentados e pensionistas”. Mesmo assim, o documento destaca que “agora é a hora de defender o Brasil e o Rio Grande da ameaça representada pelas candidaturas de Bolsonaro e Onyx”. Na carta, os representantes do partido ainda pedem à militância petista gaúcha que, nos próximos sete dias, saia às ruas para disputar voto a voto, buscando uma virada de Lula no Rio Grande do Sul na corrida presidencial — o ex-presidente foi derrotado por Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno no Estado.
“Estamos estendendo mão ao Eduardo Leite. Em nome algo maior que é defender o Brasil e o Rio Grande do Sul do ódio que está se expressando na campanha, no projeto do Bolsonaro e também do Onyx. Somos do campo democrático e o nosso gesto é também um pedido para que os apoiadores do Leite e o campo político que ele representa também nos ajudem a derrotar esse ódio e o fascismo expressado na candidatura do Bolsonaro votando no presidente Lula”, disse o ex-candidato Edgar Pretto.