Vereadores analisam veto a projeto que proíbe animais em circo e votam proposta semelhante do Executivo
Chegou o dia. Em meio à polêmica do corte nas subvenções municipais a entidades assistenciais, a Câmara analisa nesta terça-feira outro tema que já rendeu muita dor de cabeça ao governo de Jair Foscarini (PMDB).
O veto do prefeito ao projeto que proíbe o uso de animais em apresentações artísticas na cidade será apreciado pelos parlamentares na sessão desta terça-feira. O posicionamento do Executivo quanto à proposta vem sendo marcado pelo descontentamento da comunidade, não satisfeita nem mesmo com a apresentação de uma proposta semelhante sobre o mesmo tema, que também será votada hoje.
Na prática, a Prefeitura considerou muito abrangente o projeto de autoria dos vereadores da base oposicionista Ralfe Cardoso (PSOL) e Anita Lucas de Oliveira (PT), aprovado na Câmara. Criticado pelo veto, Jair prontamente apresentou nova proposta, bastante parecida com a que vetou. Porém, nem isto impediu as manifestações contrárias ao seu posicionamento.
Via internet, a Organização Pela Dignidade dos Animais Abandonados (ONDAA), entidade protetora dos animais, realiza uma mobilização para que a comunidade se faça presente na sessão, indicando que o veto só será derrubado se esta fora a posição de 10 dos 14 vereadores no plenário.
“O novo projeto de lei apresentado pelo Poder Executivo restringe somente a apresentação de circos com animais, deixando uma brecha para vários outros espetáculos que abusam ou maltratam os animais e ainda permite que os circos com os animais se instalem em Novo Hamburgo, só não podem usar os bichos nos espetáculos”, indica o texto da ONDAA.
A entidade mantém sua posição favorável ao projeto apresentado por Ralfe e Anita. “A comunidade recebeu informações erradas também em relação ao projeto original, que foi vetado, ou por engano ou por má fé, dizendo que a lei proibiria desfile dos cavalos e cachorros da brigada militar, o que não é verdade, pois o artigo III das exceções da lei permite tais eventos, assim como feiras de doações, evento rotineiro da nossa entidade”, conclui.
O curioso é que, se o veto for derrubado, e a proposta do Executivo for aprovada pelos parlamentares, Novo Hamburgo passará a ter duas leis vigorando sobre o mesmo tema, já que uma não revoga a outra.