Golpes telefônicos são táticas criminosas para convencer as vítimas a transferir dinheiro ou ceder dados pessoais por meio de ligações. Saiba como se proteger.
Os golpes via celular são uma das principais queixas recebidas pelo Procon de São Leopoldo no último período. A diretora do órgão municipal, Neusa Azevedo, conta que o meio mais comum para este tipo de fraude são mensagens através do whatsapp e mensagem de SMS com solicitação de dados e links falsos enviados em nome de instituições financeiras ou órgãos governamentais como INSS.
“Com mensagens alarmistas, os criminosos induzem o usuário a executar a ação sem fazer uma análise. É preciso estar atento, confirmar a veracidade das informações nos contatos oficiais, pois os prejuízos via de regra são irrecuperáveis”, destaca Neusa Azevedo.
A diretora alerta para que os consumidores não forneçam para terceiros códigos recebidos por SMS ou e-mail, pois os golpistas utilizam a informação para clonar o aplicativo da vítima.
De acordo com reportagem do portal de notícias O Globo, um relatório da empresa Axur, especializada em cibersegurança, referente ao ano de 2021, a cada 8 segundos, uma tentativa de fraude digital foi realizada contra um consumidor brasileiro no primeiro semestre
Conheça os tipos de golpes telefônicos mais comuns
1- Golpe do falso sequestro
O telefone toca, no visor o número é desconhecido ou não identificado. Ao atender, do outro lado da linha, uma voz simula o desespero de uma vítima de sequestro. O começo do golpe costuma ser parecido, mas ele toma contornos diferentes dependendo das informações que os criminosos detêm sobre a vítima.
O caso mais comum é o golpista escolher números aleatórios e fazer várias tentativas até achar a vítima ideal, que não desligue o telefone e ainda forneça as informações mínimas para completar a extorsão. Ao ouvir uma voz de choro pedindo ajuda ou socorro, a vítima normalmente entrega a primeira pista aos criminosos ao questionar “Minha filha é você?”. Com a informação de que a pessoa na linha tem uma filha, os golpistas assumem a conversa e passam a fazer pedidos de depósitos e transferências bancárias para liberar a filha que está sob ameaça. Os golpistas ficam com a vítima ao telefone até que ela vá ao banco fazer a transferência ou complete a transação online, dependendo da situação.
2- Roubo de dados financeiros ou vishing
Uma simples ligação pode levar a vítima a cair em fraudes bancárias ou ter seus dados roubados. Também chamado de vishing (phishing por voz), o golpe utiliza táticas de engenharia social para ganhar a confiança do interlocutor. A tática de persuasão começa com uma ligação simulando um falso atendente de um serviço que a vítima efetivamente utiliza como bancos, operadoras de telefonia, serviços públicos, lojas de varejo, organizações beneficentes e outros. A conversa normalmente começa com a confirmação de alguns dados que podem ter sido coletados em perfis de mídias sociais ou em cadastros de dados roubados na internet.
3. Roubo de dados pessoais
O telefone toca, uma simpática voz de atendente lhe chama pelo nome e lhe encanta com uma oferta boa demais para ser verdade de um prestador de serviço com o qual você já se relaciona. A tática de engenharia social visa conquistar a confiança da vítima para que ela forneça dados pessoais completos como endereço, número dos documentos de identidade, data de nascimento, cidade natal, nome de pai e mãe, escolaridade e outras informações para um cadastro completo da vítima.
Sem desconfiar do falso atendente, a vítima se sente prestigiada por ter sido considerada pelo prestador de serviço como um cliente especial. Porém, o conjunto de informações entregue pela vítima pode lhe provocar um grande transtorno futuro. Apesar de não ter fornecido dados financeiros, as informações pessoais completas possibilitam aos golpistas abrirem contas bancárias, solicitar empréstimos ou financiamentos sem que a vítima desconfie.
Foto: Divulgação/PMSL