Cambista também foi condenado; torcedores terão que comparecer a uma delegacia duas horas antes dos jogos do Palmeiras pelos próximos 90 dias.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A 12º rodada do Campeonato Brasileiro foi a primeira a ser disputada após o “endurecimento” do Estatuto do Torcedor, aprovado pelo presidente Lula na semana passada.
Em São Paulo, durante o duelo entre Palmeiras e Corinthians, a aplicação da nova lei terminou com o afastamento de três torcedores dos estádios de futebol pelo período de três meses e a condenação de um cambista.
Todos os torcedores punidos eram palmeirenses. Dois deles foram conduzidos ao Juizado Especial Criminal por conta de uma briga em uma das áreas VIP do estádio do Pacaembu. Um corintiano que estava no local destinado a convidados da prefeitura comemorou o gol da equipe de Adilson Batista e foi agredido.
Os torcedores, que empurraram e xingaram o corintiano, foram condenados a ficar 90 dias sem poder assistir às partidas do Palmeiras nos estádios. “A partir de agora, em todos os dias de jogos, eles têm que comparecer a uma delegacia duas horas antes do jogo e só serão liberados duas horas depois”, afirmou o promotor Paulo Castilho, que participou da audiência dos dois torcedores.
Outro torcedor recebeu a mesma punição por tentar entrar no estádio com um rojão. Palmeirense, o rapaz é sócio da Mancha Alvi-Verde. Mas torcida organizada não será condenada. “Foi um caso isolado”, disse Castilho.
Durante o clássico, apenas um cambista foi detido pela polícia. Foi condenado a 84 horas de trabalhos comunitários por ser réu primário. “Antes do novo estatuto, no máximo ele teria os ingressos recolhidos”, completou Castilho.
Os três casos foram as únicas autuações da polícia no clássico de domingo. “Um dia muito mais tranqüilo do que poderíamos imaginar”, confessou um policial. Segundo Castilho, resultado do novo estatuto.
“Os torcedores estão mais conscientes de que não ficarão impunes. As torcidas organizadas e os cambistas também. Claro que não conseguimos pegar todo mundo. Mas o efeito do nosso trabalho é pedagógico. É como a malha fina do imposto de renda. Ela não pega todo mundo. Mas deixa todo mundo com medo de sonegar”, analisou o promotor.
Após três audiências no Juizado Especial Criminal, o promotor Paulo Castilho considerou positivo o saldo da primeira rodada do Brasileiro sob a nova lei: “Mostramos que a lei está aí e que vai ser cumprida. Mas ainda estamos muito longe do ideal”.
Informações de portal UOL
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