A luta pela volta da oncologia para Novo Hamburgo não será fácil. Será um processo árduo. Difícil. Mas o que mais está constatado aqui: as articulações e a pressão da comunidade será necessária para reverter a situação.
Essa fala é da presidente da Liga Feminina de Combate ao Câncer, Regina Dau. Regina e a fundadora da Liga, Eneida Suarez, estiveram reunidas com a secretária estadual da Saúde na noite desta terça-feira (10).
Regina falou a reportagem que, para o Estado, a solução parece ser uma: o atendimento em Taquara. “Foi uma reunião muito extensa, difícil. Muito articulada. Fizemos nossa fala, deixamos nossa posição. Mas nunca deixaremos de lutar”, disse Regina. A dupla deixou claro: a luta precisa ser de todos. “A luta precisa ser de todos. Precisa ter vontade política no município, no estado, e federal também”, contam Regina e Eneida.
REALIDADE DURA
A realidade de toda essa situação é dura. E desgastante. Afinal, existem algumas possibilidades, e a reportagem pinça: a volta para o Hospital Regina ou um novo anexo no Hospital Municipal.
A volta para o Regina é a parte “emergencial”, pois pode receber pacientes por ter uma estrutura pessoal e de infraestrutura completa. Mas depende de uma repactuação financeira – que precisa passar pelo estado, para, depois, chegar no ente federal. Segundo o ex-secretário Naasom Luciano, Novo Hamburgo pediu, por várias vezes, solicitações de repactuação ao estado. Mas todas foram negadas. O estado sempre mencionou um estudo para uma repactuação geral na oncologia. . Desde 2019 é mencionado esse movimento e houveram-se 3 anos para o estado botar em prática. Agora, com a situação ficando muito complicada, a repactuação deveria ser emergencial. Além disso, o pedido de repactuação é geral – sinalize o caso das Santas Casas gaúchas.
Por outro lado, há o movimento de Novo Hamburgo ter sua oncologia SUS. Esse é o mais adequado momento para isso: afinal, é uma chance de nunca mais perdermos a oncologia para fora de Novo Hamburgo. Além disso, o Anexo 2 do município teria condições de receber tal atendimento. Inclusive, o ex-secretário Naasom confirma, em entrevista ao Valedosinos.org: o espaço necessário para uma oncologia seria de cerca de 400 m2, que abrigaria consultórios e locais de tratamento quimioterápico.
Mas, para o Anexo 2 ficar pronto, são no mínimo 18 a 24 meses. A prefeitura já iniciou as obras – e possuí verbas destinadas, como a do deputado Lucas Redecker (PSDB), que destinou mais de 6 milhões para a construção deste anexo.
Enquanto isso, os pacientes precisam enfrentar a dura realidade de andar 90 km quando necessitarem de tratamento ou emergência.