Oito plantas medicinais serão cultivadas e, posteriormente, manipuladas em laboratório: tintura de melissa, cápsula de maracujá, pomada confrei, tintura de boldo, tintura de tansagem, tintura de malva, creme de camomila e sachê de camomila.
A Prefeitura de São Leopoldo, em parceria com a Universidade do Vale do Rio do Sinos (Unisinos) e a Escola Agrícola Visconde de São Leopoldo (CEEPRO), estão desenvolvendo o programa Farmácia Viva, que visa a produção de fitoterápicos para melhorar a assistência farmacêutica em todos os serviços da rede municipal de saúde.
O termo de compromisso foi assinado nesta segunda-feira, 27, em um evento que ocorreu no auditório central da Unisinos e contou com a presença do prefeito Ary Vanazzi e do reitor da Unisinos Sérgio Mariucci. O programa vai cultivar e manipular plantas medicinais para produzir oito tipos de fitoterápicos: tintura de melissa, cápsula de maracujá, pomada confrei, tintura de boldo, tintura de tansagem, tintura de malva, creme de camomila e sachê de camomila.
Durante o evento, o prefeito Vanazzi destacou que a iniciativa faz parte de um projeto que foca na prevenção. “Evitar que as pessoas adoeçam e que os casos se agravem. Investir em fitoterápicos é uma disputa conceitual que envolve política, economia e questões sociais e culturais”, afirmou.
O secretário interino da Saúde, Diego Pitirini, falou sobre a importância de reduzir o uso de medicamentos e destacou que os fitoterápicos são menos danosos. “Toda a vez que a gente consome um medicamento, estamos alterando o funcionamento de órgãos no nosso corpo”, salientou.
O reitor Sérgio Mariucci ressaltou que os fitoterápicos estão inseridos no contexto da atenção básica em saúde e fazem parte da cultura de relacionamento vivo e holístico com a natureza. “Os fitoterápicos é uma cultura de relacionamento vivo e holístico com a natureza. O papa Francisco recomenda que nós busquemos aprender com os povos originários sobre o relacionamento com a natureza. Se relacionar como mãe, com vínculo de parentesco, não como exploração”, salientou.
Três dos oito tipos de fitoterápicos já estão em produção, enquanto as outras aguardam a época certa de plantio. A iniciativa é um passo importante para melhorar a saúde da população e promover a prevenção de doenças.
Da planta aos medicamentos
A ideia da Farmácia Viva surgiu em 2018, mas sofreu com os transtornos causados pela pandemia. São Leopoldo está entre as 20 cidades selecionadas entre 144 que se candidataram em todo o país. Novamente a parceria com a Unisinos será fundamental, com destaque para o curso de Farmácia, que acompanhará de perto o trabalho. “Pretendemos tornar a manipulação das plantas parte das atividades de extensão para alunos. É um processo que vai desde o plantio da semente até virar o medicamento que chega na mão do usuário do Sus”, explicou a coordenadora do Projeto na Unisinos, Letícia Sfair.
Participaram do ato a diretora da Farmácia Municipal, Fabiana Ribeiro, a decana da Escola de Saúde, Rochele Rossi, as professoras Ana Breier e Edna Suyenaga e o professor Gelson Fiorentin.