A Secretaria Municipal de Obras Públicas de Novo Hamburgo afirma que a erosão verificada no dique do bairro Santo Afonso, próxima à Travessa Vera Cruz, é uma das consequências do transbordamento do Rio do Sinos. Ainda segundo a pasta, o dano à estrutura de contenção foi agravado também pelo trânsito de veículos pesados sobre sua “crista”, ato realizado pela prefeitura de São Leopoldo para o conserto da parte colapsada em seu território.
Em nota, a Prefeitura de São Leopoldo afirma que intervenção de urgência foram necessárias no dique no bairro Santos Dumont/Vila Brás, com acesso pelo caminho de serviço no dique de Novo Hamburgo, por ocasião de um compromisso firmado perante o Ministério Público (MP).
Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Novo Hamburgo, em reunião do MP com técnicos das duas cidades, a prefeita Fátima Daudt havia alertado para o perigo. “Ela propôs uma solução conjunta entre as duas cidades, mas a proposta foi recusada pelo município vizinho”, diz a assessoria.
“As pedras rachões foram colocadas pela prefeitura leopoldense em vários pontos do dique, no lado de Novo Hamburgo, em uma medida não recomendada em se tratando de dique, conforme apontado no relatório de vistoria do Instituto Militar de Engenharia (IME) do Exército Brasileiro. A prefeita continua, em seus pronunciamentos, conforme amplamente divulgado, exigindo urgência nas obras de reconstrução do dique”, informa a assessoria de imprensa.
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Conserto é realizado pelo Exército
A divisão técnica do Exército Brasileiro realizou levantamento topográfico que embasa reparos no dique iniciados nesta semana. As obras da Prefeitura incluem remoção da vegetação da estrutura e recomposição da chamada berma (faixa lateral). Paralelo, a Administração Municipal cobra do Governo Federal ações de reconstrução de todo o Sistema de Contenção de Cheias da Bacia do Rio dos Sinos.
O trabalho do Instituto Militar foi realizado em meados do mês passado; todavia carece ainda de laudo em toda a extensão da contenção, para assim garantir a segurança aos cidadãos. Já os técnicos da Prefeitura definiram que o dique precisa ser redimensionado, tendo como base de referência a enchente de maio.
O Município afirma que a avaliação e a reconstrução definitiva são responsabilidade da União, com recursos anunciados no dia 30 de julho, em Porto Alegre. A Prefeitura também já fez o levantamento das casas construídas, ao longo dos últimos 20 anos, em cima do dique; e promete que essas famílias cadastradas serão removidas para um local seguro.
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Prefeitura de São Leopoldo diz que realizou intervenções de urgência
Em nota, a Prefeitura de São Leopoldo afirma que intervenção de urgência foram necessárias no dique no bairro Santos Dumont/Vila Brás, com acesso pelo caminho de serviço no dique de Novo Hamburgo, por ocasião de um compromisso firmado perante o Ministério Público (MP). Confira o comunicado:
“A Prefeitura de São Leopoldo realizou as intervenções de urgência e necessárias na recomposição do dique no bairro Santos Dumont/Vila Brás, com acesso pelo caminho de serviço no dique de Novo Hamburgo, por ocasião de um compromisso firmado perante o Ministério Público (MP), e que somente foi possível por interferência do MP, uma vez que, em um primeiro momento, houve a negativa da Prefeitura de Novo Hamburgo de permitir o acesso ao dique do bairro Santos Dumont/Vila Brás para a execução dos serviços em sua estrutura.
Antes de fazer a recomposição do dique na Vila Brás/Santos Dumont, equipes de trabalho da prefeitura leopoldense fizeram a manutenção em trechos comprometidos do dique em território hamburguense, com reforço de rachões (pedras) e colocação de argila, além da elevação da estrutura em pontos críticos. A Prefeitura de São Leopoldo possui laudos técnicos que solidificam que não houve danos na estrutura do dique em Novo Hamburgo.
Ainda durante o período crítico da enchente, a Prefeitura de São Leopoldo colocou duas bombas móveis, cada uma com capacidade de 3.300 litros por segundo, para fazer a drenagem das águas, tanto do bairro Santos Dumont em território leopoldense, como do bairro Santo Afonso/Vila Palmeira em Novo Hamburgo, o que acelerou o esgotamento das águas nos territórios.
A Prefeitura de São Leopoldo informa ainda que, depois de concluída a primeira parte de recomposição do dique no bairro Santos Dumont/Vila Brás, trabalhou paralelamente na melhoria do caminho de serviço pela avenida Mauá em São Leopoldo, para facilitar o acesso e finalizar a estrutura, porque em um primeiro momento, não possuía acesso, pois estava em área submersa.
Em nenhum momento o governo leopoldense se negou em buscar uma solução conjunta com o governo hamburguense, a fim de construir um outro caminho de serviço que permitisse acesso aos territórios. Naquele momento, a questão era de urgência e se fazia necessária o acesso para reparação do dique, drenagem das águas nos territórios lindeiros, e assim evitar uma tragédia maior. Caso contrário, a alternativa de um novo acesso poderia ser realizada em território hamburguense e na reparação do dique em seu território, onde se encontram moradias irregulares construídas ao longo da estrutura.
Superintendência de Comunicação da Prefeitura de São Leopoldo.”
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