Financeira fazia remessa e recebimento de valores para paraísos fiscais no exterior em esquema que movimentou bilhões de reais
A Operação Ouro Verde da Polícia Federal, que desbaratou um esquema de remessa ilegal de valores para o exterior, revelou que a prática era realizada por uma quadrilha de cerca de 25 pessoas, com a importação de mercadorias com apoio de um banco ilegal e da agência financeira Portocred.
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O superintendente da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, José Francisco Mallmann, informou que a Portocred fazia remessa e recebimento de valores para paraísos fiscais no exterior. Apesar da descoberta do esquema, os clientes da Portocred não deverão ter perdas, mas devem a financiadora para obter informações. Treze pessoas já estão presas na sede da Polícia Federal.
Mallmann garantiu que empresário de importação e exportação, principalmente dos setores têxtil e de pneus, faziam remessas ilegais de dinheiro para o exterior. O esquema, que teria iniciado em 1996, pode ter movimentado R$ 2,5 bilhões até hoje. No entanto, há a hipótese de ele ter tido início dez anos antes. Neste caso, a cifra pode superar R$ 5 bilhões.
Em entrevista coletiva, Mallmann confirmou que o dinheiro entrava em um banco ilegal, que funcionava em Porto Alegre e tinha células em Santa Catarina, para depois voltar a um banco legal. Isto fazia como que fosse perdido o rastro do dinheiro. O valor era maquiado e reintroduzido no sistema financeiro através da Portocred.
A Polícia Federal informou ainda que os envolvidos importavam mercadorias em determinado valor e declaravam apenas a metade, criando um câmbio paralelo. Porém, pagavam os valores totais no exterior. O dinheiro irregular saía do Brasil para o Uruguai e, depois, era remetido para os Estados Unidos, à Suíça e à China.
Não foram divulgados os nomes dos presos na Operação Ouro Verde.