Nesta sexta-feira (4), um encontro estratégico no auditório da ACI-NH reuniu empresários, autoridades e lideranças para tratar do projeto do Porto Meridional, que promete transformar a logística e a economia do Rio Grande do Sul. As atualizações sobre a instalação do porto em Arroio do Sal foram apresentadas pelo deputado estadual Issur Koch, pelo senador Luís Carlos Heinze e por Daniel Kohl, da DTA Engenharia Portuária & Ambiental, empresa responsável pelo empreendimento.
O presidente da ACI-NH, Robinson Klein, abriu a reunião destacando que países desenvolvidos investem em produtividade baseada em quatro pilares: educação, infraestrutura, tecnologia e desburocratização. “O Porto Meridional une tudo isso. Ele não será apenas uma via de escoamento de produtos, mas um motor de desenvolvimento para toda a região”, afirmou.
Durante o encontro, o deputado estadual Issur Koch fez um retrospecto do trabalho realizado até o momento, destacando o empenho nas articulações e reforçando o compromisso em garantir que o projeto do Porto Meridional avance. “Instalamos a Frente Parlamentar em 2022 para dar força a essa pauta e, desde então, percorremos um longo caminho: promovemos audiências públicas, levamos o tema para Brasília, buscamos investidores e realizamos visitas técnicas a outros portos. Agora, nosso foco é garantir a aprovação do Ibama”, explicou.
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O deputado também destacou um aspecto muitas vezes deixado de lado nas discussões sobre o porto: seu impacto na Educação. “O Porto Meridional vai gerar não apenas empregos, mas conhecimento. Precisamos preparar profissionais qualificados para atender essa nova demanda. Isso significa que veremos a abertura de cursos voltados à área portuária, logística, engenharia naval e outros setores estratégicos. É um projeto que beneficiará toda uma geração de trabalhadores gaúchos”, pontuou.
SETOR PRODUTIVO
O senador Luis Carlos Heinze relembrou que o debate sobre um porto marítimo no litoral gaúcho não é novo. “Lá em 1870, Dom Pedro II já havia solicitado um estudo sobre a viabilidade de um porto estratégico entre Santos e Montevidéu, e a localização indicada foi justamente a nossa costa”, comentou. Ele reforçou que Santa Catarina já opera sete portos e tem outros três em construção, enquanto o Rio Grande do Sul ainda sofre com altos custos logísticos. “Empresários de setores como o moveleiro, metalmecânico e fumageiro já demonstraram interesse no Porto Meridional. Até a Petrobras vê com bons olhos essa iniciativa”, destacou.
Daniel Kohl, da DTA Engenharia Portuária & Ambiental, apresentou detalhes técnicos do projeto e atualizou o cronograma. Segundo ele, a licença prévia do Ibama deve ser liberada até o final deste ano, permitindo que as obras comecem na primeira metade de 2026. “A estrutura terá profundidade de 17 metros e capacidade para movimentar 53 milhões de toneladas anuais, recebendo navios de até 399 metros”, explicou. O investimento total previsto é de R$ 6,5 bilhões – sendo R$ 1,5 bilhão para infraestrutura e R$ 5 bilhões para terminais e berços de atracação.
MOBILIZAÇÃO
Ao final do encontro, Issur fez um chamado à sociedade para apoiar a instalação do porto. “Esse não é um projeto de um grupo ou de um partido, é um projeto para o Rio Grande do Sul. Precisamos mobilizar empresários, trabalhadores e toda a população para garantir que essa obra saia do papel. O Porto Meridional representa empregos, qualificação e um novo ciclo de crescimento para nosso estado”, concluiu.
Issur disse ainda que está preocupado com o ambiente de negócios do comércio exterior para que as mesmas condições de Santa Catarina sejam aplicadas aqui. ” Temos que criar um ambiente favorável aos negócios. Para isso, precisamos de todos, governos e sociedade embuídos do mesmo propósito”, finalizou.
Com expectativa de início das operações em 2028, o Porto Meridional se consolida como uma das principais apostas para o futuro do desenvolvimento econômico e educacional do Rio Grande do Sul.
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