Empresa de ônibus que opera no município encerrou as linhas na zona rural devido a baixa demanda.
A falta de transporte coletivo na zona rural de Portão é um problema que se arrasta a meses, e poderá ser resolvido nos próximos dias. Nesta quarta-feira, 08, a prefeitura deverá lançar um edital para a contratação de vans para realizarem o serviço que antes era operado pela Empresa de Serviços de Transportes Urbanos Silas. De acordo com o secretário da Fazenda, Rodrigo Valente, há quase um ano a empresa encerrou as linhas que faziam as localidades como o Morro do Macaco Branco, Sanga Funda e Estrada do Socorro alegando o alto custo para a manutenção do serviço e a baixa demanda de passageiros.
“Temos uma licitação vigente com eles há cerca de oito anos, de um contrato de 20 anos. No começo foi preconizado que, juntas, todas as linhas da cidade tinham cerca de 10 mil passageiros por mês. O tempo passou e este número foi baixando consideravelmente, principalmente nas linhas do interior”, comenta Valente.
“A empresa pediu a rescisão de duas linhas, alegando que uma delas tinha poucos passageiros por mês, e a outra era só escolar” relatou o secretário. Conforme o relato, a linha Macaco Branco, por exemplo, estava contabilizando 100 passageiros por mês, sendo que 60 eram não-pagantes, um prejuízo mensal para a empresa em torno de R$ 15 mil.
A expectativa do secretário, no entanto, é de que a licitação do serviço de vans se confirme como uma alternativa ao transporte público na cidade e que comece a ser executada ainda neste segundo semestre de 2022. “O custo de manutenção e o consumo de uma van são bem menores do que de um ônibus. Esperamos que com veículos mais leves, rotas e horários alternativos, consigamos manter este que é um direito adquirido do cidadão” afirma.
Debate na Câmara
O tema do encerramento das linhas na zona rural de Portão foi debatido em uma audiência pública na semana passada na Câmara de Vereadores da cidade, conduzida pelo presidente do legislativo, Cléo do Liberdade. Proposto também pelos vereadores João Pedro e Joice Dillenburg. O debate analisou a situação do atual serviço e projetou medidas que poderão ser adotadas para qualificá-lo.
A principal preocupação é com os moradores do interior que se obrigam a recorrer a caronas ou transporte por aplicativos para terem acesso à área central. “ Tem gente que não consegue emprego e tem gente que deixa de estudar por falta de ônibus”, lamenta Joice.
Foto: Banco de dados