Operação Dia D mira Hitler Pederssetti, suspeito de corrupção, lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito
A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), iniciou na manhã desta segunda-feira (14) a Operação Dia D, em São Leopoldo. O principal alvo foi o ex-vereador Hitler Pederssetti, 37 anos, do Democratas, investigado por corrupção ativa e passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
As diligências ocorreram em quatro pontos da cidade: nos bairros Centro, Campina e Morro do Espelho. Foram apreendidos celulares, computadores e documentos. Os suspeitos foram conduzidos à delegacia para os primeiros depoimentos.
Indícios de rachadinha e movimentações suspeitas
De acordo com o delegado Ayrton Figueiredo Martins Júnior, responsável pela operação, as investigações apontam para um esquema de rachadinha funcionado no gabinete de Hitler Pederssetti durante seu mandato. Assessores parlamentares seriam obrigados a repassar parte ou até a totalidade de seus salários ao então vereador e a terceiros ligados a ele.
“Alguns desses assessores nem sequer compareciam ao local de trabalho, caracterizando também a figura dos chamados ‘funcionários fantasmas’”, explicou o delegado.
A investigação foi fortalecida pelo depoimento de um ex-assessor que se tornou delator, afirmando que entre 2021 e 2022 repassava integralmente seu salário ao parlamentar. Dados bancários analisados pela polícia confirmam movimentações financeiras suspeitas, incluindo depósitos feitos pela companheira de Hitler, de 27 anos, também investigada por lavagem de dinheiro.
Ex-vereador nega acusações: “Estou tranquilo”
Após ser conduzido à delegacia, Hitler Pederssetti concedeu entrevista exclusiva ao Portal Berlinda, onde se declarou inocente e disse estar confiante no esclarecimento dos fatos. “Fomos acordados com a operação, foi tudo muito estranho. Mas acredito que tudo será esclarecido. Estou tranquilo”, afirmou.
Confrontado sobre uma possível incompatibilidade de R$ 200 mil com sua declaração de renda, o ex-vereador alegou desconhecimento. “O que eu tenho de dinheiro é compatível com o que recebi na vida pública e em outros negócios”, garantiu.
Sobre a denúncia de rachadinha, Hitler foi direto. “Essa palavra a gente escuta bastante, mas não foi uma prática no meu gabinete. Muitos assessores passaram por lá e isso nunca aconteceu.”
Futuro político incerto
Candidato à Prefeitura de São Leopoldo nas últimas eleições pelo Podemos, Hitler afirmou que pretende seguir na política, apesar da investigação. “Estarei sempre presente, independente de ter mandato ou não. Gosto de política”, disse.
Ele também afirmou que não sabe quem fez a denúncia e que ficou sabendo dos detalhes por meio da imprensa. “Tenho a consciência tranquila. Se eu quisesse enriquecimento ilícito, estaria fazendo outra coisa e não trabalhando todo dia”, finalizou.
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