Oito mandados de busca e apreensão em domicílios de suspeitos localizados em Nova Hartz, Parobé, Sapiranga e no Presídio Estadual de São Leopoldo.
Na manhã desta quarta-feira, 26/7, a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Polícia de Nova Hartz, deflagrou a Operação Protector, uma ação que investigou e desmantelou uma quadrilha especializada na prática de crimes de extorsão na modalidade conhecida como “golpes dos nudes”. A operação resultou no cumprimento de oito mandados de busca e apreensão em domicílios de suspeitos localizados em Nova Hartz, Parobé, Sapiranga e no Presídio Estadual de São Leopoldo. Durante a ação, duas pessoas foram presas preventivamente, incluindo um indivíduo que cumpria pena em regime semiaberto. A operação contou com o apoio da Brigada Militar e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e resultou na apreensão de celulares e um veículo do líder do grupo criminoso, adquirido através dos golpes.
O golpe dos nudes é uma modalidade criminosa em que os golpistas extorquem suas vítimas por meio da obtenção de imagens ou informações íntimas. Neste caso, o grupo criminoso alvo da Operação Protector selecionava especialmente idosos como vítimas. A investigação revelou que um idoso foi enganado pelos golpistas, sofrendo um prejuízo de mais de R$ 100 mil. Para pagar os valores exigidos pelos criminosos, o homem chegou a realizar diversos empréstimos, chegando a transferir até mesmo seu veículo para um dos membros da quadrilha.
Após a vítima procurar a delegacia para pedir proteção, a Polícia Civil de Nova Hartz deu início a uma investigação que durou cerca de seis meses. As apurações levaram à identificação de oito criminosos que faziam parte da associação criminosa. O líder do grupo organizava todas as ações de dentro do sistema prisional, contando com o apoio logístico de cúmplices que assediavam e coletavam os valores exigidos, bem como de indivíduos sem antecedentes criminais, conhecidos como “laranjas”, que forneciam suas contas bancárias para receber a vantagem indevida.
A Delegada Ariadne Moraes Langanke ressaltou que muitas das vítimas sofrem silenciosamente diante das pressões exercidas pelos criminosos, pois o constrangimento gerado pelo golpe invade sua intimidade. O crime de extorsão traz consigo graves consequências emocionais e financeiras para as vítimas, levando-as ao endividamento, perda de patrimônio, depressão e, em alguns casos, até mesmo ao suicídio. A delegada destacou a importância de que as vítimas denunciem imediatamente essas situações à Polícia Civil, para que sejam acolhidas adequadamente e as investigações possam ser iniciadas. O objetivo é identificar e responsabilizar criminalmente os autores das extorsões, garantindo o fim desses crimes e, se necessário, solicitando medidas cautelares. Ela também alertou que é crucial que as vítimas bloqueiem qualquer contato criminoso e não cedam às chantagens, pois o pagamento de suposta indenização só perpetua as extorsões.
Foto: Divulgação/PC