Apesar de ocupar áreas do Uruguai e da Argentina também, essa região tem mais da metade de sua totalidade localizada no Rio Grande do Sul, além de ocupar 2% de toda a área do Brasil.
Pensar no Pampa é também pensar na cultura rio-grandense como um todo. O bioma está tão ligado ao estado que é quase impossível dissociar sua imagem da figura do gaúcho. Em pesquisa realizada por mais de 70 instituições diferentes liderada pelo professor Gerhard E. Overbeck, da UFRGS, realizou um diagnóstico da biodiversidade do Pampa, bioma que abrange parte do Uruguai e da Argentina, mas que tem mais da metade de sua totalidade localizada no Rio Grande do Sul, além de ocupar 2% de toda a área do Brasil. A equipe de 120 pesquisadores descobriu que o Pampa abriga cerca de 9% da biodiversidade brasileira e revelou espécies de animais e plantas que até então eram desconhecidas.
Alexandro Tozetti, coordenador do laboratório de Ecologia de Vertebrados Terrestres da Escola Politécnica da Unisinos, contribuiu para a pesquisa na área de anfíbios, que ajudam a indicar a influência do homem no ambiente. “Esses animais têm sido muito usados como indicadores dos ecossistemas. Muitas espécies de sapos, pererecas e rãs são sensíveis a alterações no ambiente”, explica o professor.
Os dados da pesquisa permitiram a criação de um levantamento super detalhado das espécies encontradas no bioma. Com dados que vão desde as plantas e insetos, até o número de carnívoros, é possível agora ter uma ideia muito mais próxima da realidade, em especial ao saber o número de espécies encontradas lá. A pesquisa também pode abrir portas para muitos outros estudos e pode vir a ser importante para a preservação da região.
O Pampa é um dos biomas mais importantes do Brasil, não somente pela sua grande biodiversidade, mas também por sua importância cultural. “Você consegue imaginar a cultura gaúcha sem o Pampa? Boa parte do que seria o imaginário do gaúcho é de uma pessoa a cavalo cavalgando pelos campos”, destaca o professor Tozetti.
Foto: Divulgação/Unisinos