Entre os animais que foram flagrados em vídeo utilizando as passarelas suspensas, estão gambás-de-orelha-branca (Didelphis albiventris), ouriços (Coendou spinosus) e, principalmente, bugios-ruivos (Alouatta guariba clamitans).
A instalação de 21 passarelas na ERS-040, uma importante estrada que liga Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, a Pinhal, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, trouxe resultados significativos na redução de mortes de animais silvestres em acidentes rodoviários. As pontes suspensas foram instaladas em seis pontos críticos da estrada, todos localizados em Viamão, e os números mostram uma redução de 70% nas fatalidades de animais, desde que as estruturas começaram a ser utilizadas.
Antes da instalação das passarelas, a rodovia ERS-040 era palco de uma triste estatística, com 262 atropelamentos de animais registrados entre janeiro e abril de 2022. Em resposta a esse cenário devastador, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), responsável pela gestão da via, tomou ações para preservar a fauna local e proteger espécies ameaçadas de extinção, como o bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans).
Entre janeiro e abril de 2023, após a instalação das passarelas, o número de mortes de animais por atropelamento diminuiu drasticamente, caindo para 80. Os dados evidenciam que as passarelas têm desempenhado um papel crucial na proteção da vida selvagem, proporcionando uma travessia segura sobre a estrada, que antes representava uma armadilha mortal para diversos animais.
Dentre os animais beneficiados pelas passarelas, foram registradas diversas espécies que fizeram uso das estruturas suspensas, tais como gambás-de-orelha-branca (Didelphis albiventris), ouriços (Coendou spinosus) e, em especial, o bugio-ruivo, cuja presença é frequente no entorno da rodovia e está ameaçado de extinção, tornando-o uma prioridade de conservação e proteção segundo as leis vigentes.
A escolha dos pontos estratégicos para instalação das passarelas foi embasada em estudos conduzidos por especialistas em fauna, levando em consideração vários fatores, como registros de mortes de animais, número de carcaças encontradas pelas equipes de conservação e manutenção ao longo da rodovia, mapeamento da vegetação florestal e identificação de locais de provável ocorrência do bugio-ruivo à margem da estrada. Além disso, os usuários e moradores locais também participaram ativamente do levantamento, contribuindo com entrevistas e informações nas áreas onde os animais são mais frequentemente avistados.