TSE explicou os sistemas que serão utilizados nas eleições deste ano e criou sala onde os partidos políticos podem conferir, até setembro, os programas que serão usados
Especialistas em tecnologia, representantes de partidos políticos e entidades da sociedade civil receberam informações de como vão funcionar os sistemas para realização das eleições deste ano. As instruções foram passadas pelo secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal, Giuseppe Janino, na manhã desta sexta-feira, dia 04.
O secretário do Tribunal Superior Eleitoral também explicou como os partidos políticos poderão fiscalizar o processo de votação eletrônica e informou que o próprio TSE vai disponibilizar ferramentas e publicar na internet dados que vão permitir o controle por parte dos técnicos indicados pelas legendas
Um dos recursos que serão colocados à disposição dos partidos será o dispositivo de assinatura digital, que servirá para validar os programas que serão desenvolvidos para as eleições, os quais serão todos desenvolvidos na plataforma Linux, de código aberto e softwares livres. A assinatura digital servirá para confirmar a integridade da votação, já que as urnas só vão funcionar se reconhecê-la.
Os partidos também receberão boletins com resultados da votação impressos de cada urna, e estes podem ser comparados com os dados recebidos pelo sistema de totalização de votos. Ainda, poderão conferir através das tabelas de correspondências, se as urnas estão de acordo com as seções para onde forma enviadas.
Para não haver discordâncias no processo, nas vésperas da eleição o TSE realiza uma votação monitorada paralela em duas ou quatro urnas sorteadas. A novidade é que neste ano, o Tribunal contará com uma empresa de auditoria para emitir o parecer sobre o processo de votação.
Janino descarta a possibilidade de ataque de hackers no dia da eleição, como já ocorreu no passado, fundamentado principalmente no fato das urnas não estarem ligadas a rede mundial de computadores e a nenhum outro sistema. “Não há possibilidade de acesso. As urnas, inclusive, não têm nenhum mecanismo de comunicação e todos os seus dispositivos são lacrados fisicamente”, afirmou.
Sala de Apresentação
Até o mês de setembro, técnicos credenciados poderão conhecer o desenvolvimento dos sistemas eleitorais desenvolvidos pela Secretaria de tecnologia da Informação (STI) do Tribunal. Após o período de visitação, tais sistemas serão lacrados e enviados aos Tribunais Regionais para as eleições municipais.
A sala de apresentação é um ambiente com acesso restrito e fica localizada no 1º andar do anexo Tribunal, em Brasília. Depois de passarem pelo crivo dos especialistas, na primeira semana de setembro, deve ocorrer a cerimônia de assinatura digital e lacração dos sistemas. O funcionamento da sala de apresentação durante os próximos seis meses atende à determinação do artigo 66, parágrafo 1º, da Lei 9.504/97 (Lei das Eleições) – conforme redação dada pela Lei 10.740/03. Antes de 2004, os partidos políticos só tinham cinco dias para verificar todos os programas.
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral