Com apresentações de Arthur de Mari, Pagode do TT e The Dogs, a Secretaria de Proteção Animal de São Leopoldo (Sempa) realizou o primeiro evento no Rio Grande do Sul e no Brasil com foco na divulgação e incentivo a adoção responsável de cães com deficiência, todos tutelados pelo Canil Municipal.
O evento ocorreu neste sábado, 06, na rua Marquês do Herval entre a avenida João Correia e a rua Florêncio Câmara, numa realização da Sempa com a Central Animal e Sesc/Fecomércio. Se o início da vida foi difícil, a partir de hoje a cachorrinha de três patas Vitória não vai mais viver em um canil. Ela terá uma casa com ar-condicionado, alimentação de qualidade, banho em pet shop e muito amor. “Por ter esse carinho e respeito pelos animais, eu tenho essa forma de proceder”, conta sua nova tutora Lourdes Leite Guarienti. A aposentada chegou ao 1º Parapet, evento de adoção de cães com deficiência promovido pela Prefeitura de São Leopoldo, já decidida a levar a mascote para casa. “Eu estava contando os dias desde que eu li no jornal que tinha essa cachorra com a perninha amputada, queria chegar no primeiro horário antes que alguém adotasse ela”, disse a tutora de outros oito animais, quatro gatos e quatro cachorros.
“A ideia do Parapet vem sendo construída no mínimo há dois anos. O Canil tem uma ala com muitos animais desacreditados da possibilidade de adoção, sem visibilidade é mais difícil ainda, então a gente sentiu a necessidade de projetar esses animais a ter uma outra possibilidade de vida”, conta Irene Winckler, da Central Animal Pet, uma das idealizadoras do evento.
Dos mais de 300 animais que são tutelados pelo Canil Municipal, 53 cães têm uma ou mais deficiências. Além de enfrentar a superlotação, também há dificuldade de encontrar um lar por causa das características que os tornam esses animais em seres únicos – como a cegueira, a surdez, a paralisia, ou amputação ou a idade avançada, mas não menos dignos de dar e receber amor.
O médico-veterinário, José Pedro Martins, do Conselho Regional de Medicina Veterinária, elogiou a iniciativa. “Adotar um animal é um desafio e adotar um animal com algum tipo de deficiência é um desafio maior ainda. E acho que a gente já está numa fase em considerar que o animal de estimação não é um brinquedo, então a guarda responsável pressupõe uma preparação da família, principalmente da criança, para saber que o animal é um ser vivo que tem as suas necessidades e seu comportamento característico. Ele tem as necessidades e os cuidados dele e então o animal portador de algum tipo de deficiência pode limitar algum tipo de movimentação, mas essa deficiência não limita a personalidade do animal, ele continua expressar carinho, fome, dor”.
Com apoio da Associação Leopoldense de Deficientes (Aldef), a acessibilidade do local do evento foi pensada para atender seres humanos e não humanos. Brinquedos do Sesc, bolhas de sabão gigante, feira de artesanato, oficinas para confecção de cadeiras de rodas, palestra sobre adestramento e plantas tóxicas para cães e um painel para desmistificar os cuidados ao cão com deficiência também fizeram parte da programação, assim como o desfile de apresentação dos animais disponíveis para adoção.
Foto: Divulgação/PMSL