O homem que sequestrou e esfaqueou seu próprio filho foi condenado nesta segunda-feira (3) a cinco anos, um mês e 20 dias no regime aberto. Ele teria cometido o crime por não concordar com medida protetiva em favor da ex-esposa, que é mãe da vítima. Durante o interrogatório, ele chorou e negou a intenção de matar o filho.
O júri começou por volta das 9h30, no fórum da cidade. Preso desde o dia do fato, quando levou quatro tiros de brigadianos, o réu chegou sob escolta da Susepe.
Entre as testemunhas, um oficial de Justiça confirmou que entregou a intimação da Lei Maria da Penha ao réu e que, horas depois, já na madrugada do fato, recebeu telefonema de um sobrinho da ex-mulher para tirar a medida, porque o acusado estava ameaçando matar o filho.
A sentença saiu por volta das 18h30. A acusação mais grave, de tentativa de homicídio, foi desclassificada para uma mais branda, de lesão corporal. O réu ficou ainda enquadrado em cárcere privado, ameaça e violação de medida protetiva.
A juíza de Ivoti, Larissa de Moraes Morais, determinou que o condenado não poderá recorrer em liberdade, e ele foi levado de volta ao presídio. A acusação foi feita pela promotora Cristine Zottmann e a defesa esteve com o advogado Jean Severo.
Para usufruir do regime aberto, Heidecke terá que conseguir uma carta de emprego. Só assim ganhará autorização para poder trabalhar fora e retornar à cela somente para o pernoite.
Segundo o jovem, sob ameaça de morte, o acusado mandou que ligasse para a mãe e ordenasse que ela tirasse a queixa de violência doméstica. A ex-mulher confirma que atendeu ao telefone e ouviu palavrões e intimidações extremas, como: “se não ligar para o oficial de Justiça, o teu filho vai morrer”.
Houve nova luta, até que o invasor colocou uma estante na porta do quarto para impedir o filho de sair. O jovem relatou que perdia muito sangue. Por volta das 5 horas, chegaram brigadianos para a negociação. O acusado estava irredutível. Dizia para os policiais não entrarem no quarto. A vítima relatou a ameaça. “Ele me mataria e depois se mataria também”.
“Só não matou o filho dele em função da nossa intervenção”, afirmou o soldado. Feridos, pai e filho foram levados ao hospital.
