Economista Werner Bornholdt falou na ACI sobre vantagens e desvantagens de uma empresa familiar
Se você é daqueles sonhadores que ambicionam unir irmãos, filhos e esposas em uma única empresa para ter um caráter mais intimista no seu trabalho, é bom ficar atento às surpresas do mercado. O economista e contabilista Werner Bornholdt ensina que há vantagens e desvantagens que devem ser pensadas quando o assunto é a governança familiar.
Veja fotos da reunião-almoço na ACI
Bornholdt palestrou sobre o tema nesta quarta-feira na Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACI), de Novo Hamburgo. Ele definiu a empresa familiar como um negócio que possui um limite muito tênue entre ser um remédio ou um veneno.
“É um remédio que se torna um veneno na dose inadequada. A dose faz com que uma coisa boa se torne algo negativo. Não há como esquecer que negócios são negócios. E tratar a empresa familiar como um negócio faz parte da busca pela perpetualidade dela”, aponta.
Como vantagens de uma empresa familiar, Bornholdt define que ela traz maior credibilidade, confiança, respeito, estabilidade, lealdade, comunicação e paciência. Porém, faz o alerta de que todos estes benefícios devem ter sua dosagem adequada, sob o risco de o negócio ser afetado.
“Só se alcança o sucesso com transparência, responsabilidade coorporativa, eqüidade e prestação de contas. Uma empresa familiar lida com conflitos, o sistema familiar conflitua com o sistema societário. É preciso separar o que não é separável, através da criação de regras e normas próprias”, indica, citando a influência de casamentos, divórcios e filhos na sucessão de uma empresa familiar.
Werner Bornholdt ainda citou outras dicas simples, mas fundamentais, como o cuidado de não criar regras em períodos de conflitos, sob pena de as normas não serem bem aceitas. A definição de critérios é importante para evitar que se misture despesas pessoais com as da empresa.
“Fora isto, a empresa precisa ter planejamento estratégico, plano de carreira, código de ética e acordo de acionistas. É preciso pensar a organização a longo prazo, ao menos pelos próximos 25 anos, para que ela possa se perpetuar e resistir na passagem das gerações”, conclui.