A ação policial teve desdobramento até a manhã de domingo e foi resultado de uma investigação iniciada há 90 dias.
Na madrugada de sábado para domingo, a Polícia Civil, por meio da 3ª DIN/DENARC, desarticulou um esquema de tráfico de drogas interestadual com a utilização de transportadoras. A ação policial teve desdobramento até a manhã de domingo e foi resultado de uma investigação iniciada há 90 dias, após uma série de grandes apreensões de drogas na região do Vale dos Sinos, realizadas pela mesma equipe de investigação.
De acordo com o Delegado Gabriel Borges, as operações Satus, Sonitus e Reditus, realizadas em 2023, revelaram que as drogas chegavam ao estado por meio de veículos de transportadoras que efetuam transporte lícito de cargas diversas. Com o avançar da investigação, foi possível apurar que grupos criminosos gaúchos passaram a aliciar caminhoneiros para o transporte de entorpecentes dos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina ao Rio Grande do Sul.
No monitoramento, a equipe de investigação constatou que a carga legal transportada pelas empresas permanecia separada no compartimento específico, mas os motoristas aliciados transportavam as drogas na cabine do motorista, de modo a não chamar a atenção, nem da empresa, nem da polícia. Além disso, a rota efetuada pelos motoristas também não era alterada, o que confirmava a atividade, em tese, lícita.
A investigação apurou que o transporte da droga era efetuado de forma semanal, sendo aproximadamente meia tonelada de entorpecentes por mês. Na data dos fatos, a equipe de investigação recebeu a informação que uma carreta do Sedex faria uma entrega de crack num posto perto do pedágio de Gravatai. A equipe de investigação se posicionou próximo ao pedágio e, próximo das 3h da manhã, quando um veículo com as características foi avistado, foi efetuada a abordagem.
Na cabine do motorista foram apreendidos 32 kg de cocaína pura e 28 kg de crack, totalizando 60 kg de droga, gerando um prejuízo de mais de 3 milhões de reais ao grupo criminoso que encomendou o entorpecente. O motorista, sem antecedentes criminais e residente em Curitiba, informou que recebeu 4 mil reais para fazer o transporte da droga.
A cocaína apreendida é de origem peruana e possui altíssimo grau de pureza, a qual submetida a processos químicos poderia render até 5 vezes a quantidade ao crime organizado. Todo esse crack poderia render mais de 150 mil pedras a serem vendidas pelas ruas da região metropolitana de Porto Alegre e interior do estado. A participação da transportadora será investigada em sede de inquérito policial, tendo em vista que em sede preliminar não se verifica o conhecimento da empresa na prática criminosa.